domingo, 15 de junho de 2008

e tem aquele jeito dela ir embora . . .

... um beijo estalado na minha boca. Um beijo ou um cheiro. nunca se sabe. olhos bem fechados. A mão direita às vezes no meu rosto, de leve tocando a minha barba sempre mal-feita, um roçar da mão pra dar o equilíbrio. A mão esquerda invariavelmente no meu ombro direito, e um pequeno apertar das pontinhas dos dedos. Ainda no meio de tudo, por mais breves que sejam aqueles segundos, um sorriso de canto dos lábios. um beijo ou um cheiro e um sorriso. Tudo na mais alta velocidade porque geralmente só se vai quando o tempo já se passou. Todo nosso tempo possível. Seja no quarto do motel, na sala de aula, num barzinho. O telefone toca, é tempo de despedida e pronto. Parte sem olhar pra trás, nunca olhar pra trás. Num tiro só, num único golpe, a toda força.na mesa do bar, a nossa cerveja, o teu martini. Conversas bestas pra preencher o tempo. Você do lado meu. Cabelos ao vento, sorriso à flor da pele, gargalhadas. Gosto quando você se exibe, porque é me exibir junto. Mostrar que eu posso com algo tão fuderosamente instigante. Porque todo mundo ali imagina aquela gargalhada de mulher em cima da própria cama. O telefone toca. Um beijo (ou um cheiro), os olhos, a mão direita, a esquerda, o sorriso. A partida sem olhar pra trás. Três passos se passam e ele me diz:
- meu chapa, que mulher é essa?
- pshishishi...o ritual ainda não acabou.
- ela nunca olha pra trás.

5 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Linda
tdo bem? Só vc para escrever algo assim! Muito bom o seu mini-conto!
Como está a vida?
Beijo,
Daniel

Anônimo disse...

Q coisa, hein?
Nem olhou para trás...

Anônimo disse...

Ah, q escrita feroz, moça!
Adooooorei!

Anônimo disse...

Gostei, quando terá outros?

Anônimo disse...

Oi, Rafa!!!!!
Estava com saudades de ler textos seus!
abs,

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