segunda-feira, 9 de junho de 2008

Filme - Na Natureza Selvagem

Christopher J. McCandless (12 de fevereiro de 1968 - agosto de 1992) foi um viajante americano que morreu perto do Parque Nacional Denali depois de caminhar sozinho na selva alasquiana com pouca comida e equipamento. O autor Jon Krakauer escreveu um livro sobre sua vida, Na natureza selvagem, publicado em 1996, que em 2007 foi adaptado em um filme dirigido por Sean Penn, Na natureza selvagem, com Emile Hirsch como McCandless.
McCandless cresceu em Annandale,
Virginia. Seu pai, Walt McCandless, trabalhou para a NASA como um especialista em antenas. Sua mãe, Wilhelmina “Billie” Johnson, foi secretária de seu pai e depois ajudou Walt a fundar e dirigir uma bem sucedida empresa de consultoria.
Desde a primeira infância seus professores notaram que Chris era extraordinariamente enérgico. Conforme cresceu, ele uniu isso a um intenso idealismo e resistência física. No colegial, ele foi capitão da equipe de
cross-country onde ele estimulava seus companheiros a considerarem a corrida como um exercício espiritual no qual eles estavam “correndo contra as forças da escuridão… todo o mal do mundo, todo o ódio.”
Ele se graduou no W.T Woodson High School em 1986 e na Emory University em 1990, especializando-se em
história e antropologia. O fato de vir da classe média alta e ter sucesso acadêmico escondeu um crescente desprezo para o que ele viu como o materialismo vazio da sociedade americana. “No seu primeiro ano de faculdade chamaram-no para ser membro na Phi Beta Kappa, mas ele rejeitou já que fama e títulos são irrelevantes,” citado de Na natureza selvagem. Os trabalhos de Jack London, Leo Tolstoy e Henry David Thoreau tiveram grande influência sobre McCandless, e ele sonhava em deixar a sociedade para um período thoreauniano de contemplação solitária.
Depois de se graduar em Emory em 1990, ele deu seus $24,000 de economia como caridade para Oxfam International e começou a viajar pelo país, usando o nome “Alexander Supertramp.” McCandless fez sua rota pelo
Arizona, Califórnia, e Dakota do Sul, onde ele trabalhou numa máquina elevatória de grãos. McCandless alternou entre períodos relativamente fixos, nos quais ele foi bastante gregário e freqüentemente trabalhou num emprego, e passou tempos vivendo sem dinheiro e pouco ou nenhum contato humano, às vezes buscando por comida com sucesso na selva. Ele sobreviveu a diversas provações perigosas durante estes períodos selvagens, como perder seu carro na enchente relâmpago e fazer canoagem sozinho descendo trechos remotos do rio e ao longo do Golfo da Califórnia. McCandless obteve orgulho em sobreviver com o mínimo de equipamentos e fundos, e geralmente fez pouca preparação para suas expedições.
McCandless tinha sonhado com uma “
Odisséia Alasquiana” por anos: ele viveria livremente na região, muito distante da civilização, e manteria um diário descrevendo seu progresso físico e espiritual conforme encarasse as forças da natureza. Em abril de 1992 McCandless teve sucesso em viajar pedindo carona até Fairbanks, Alasca. Ele foi visto vivo pela última vez por James Gallien, que deu para ele uma carona de Fairbanks até Stampede Trail. Gallien ficou interessado por “Alex”, que tinha pouco equipamento e nenhuma experiência na mata alasquiana. Gallien tentou convencer “Alex” a adiar sua viagem e ainda ofereceu carona para ele até o ancoradouro para comprar equipamento adequado. McCandless recusou toda assistência exceto um par de botas de borracha, duas latas de atum e um saco de salgadinhos.
Após machar a Stampede Trail McCandless achou um ônibus abandonado usado como um escudo de caça deixado numa região coberta de vegetação da trilha perto do Parque Nacional Denali e começou sua tentativa de viver livremente na região. Ele carregou para o ônibus um saco de 5 kg de arroz, um riffle 22, muita munição, um livro da vida das plantas locais, diversos outros livros, e algum equipamento de camping. Ele assumiu que poderia colher plantas e caçar pássaros. Apesar de sua inexperiência como caçador, McCandless pegou algumas pequenas caças, pássaros e um
alce. Entretanto, suas tentativas de preservar a carne falharam.
Seu diário contém registros cobrindo um total de 113 dias diferentes. Esses registros cobrem do eufórico até o horrível, com mudança da sorte de McCandless. Depois de viver com sucesso no ônibus por diversos meses, Chris decidiu sair, mas encontrou a trilha de volta bloqueada pelo Rio Teklanika, que tinha inundado consideravelmente menos em abril.
Em 6 de setembro de 1992, dois trilheiros e um grupo de caçadores de alce acharam esta mensagem na porta do ônibus:
“S.O.S. Eu preciso de sua ajuda. Estou machucado, quase morto e fraco demais para sair daqui. Estou totalmente só, não estou brincando. Pelo amor de Deus, por favor, continuem tentando me salvar. Estou lá fora pegando frutas nas proximidades e devo voltar esta noite. Obrigado, Chris McCandless. Agosto?”
Seu corpo foi achado no seu saco de dormir dentro do ônibus. Ele estava morto há mais de duas semanas. A causa oficial da morte foi fome.
Jon Krakauer acredita que McCandless morreu por ingerir as sementes da batata selvagem (Hedysarum alpinum), que McCandless escreveu sobre comer e culpou por sua debilitante indisposição final.
Embora elas não são comumente conhecidas como venenosas, e a raiz da planta é comestível, há evidência de que as sementes contêm um alcalóide que impede o uso da glicose. Entretanto, Dr. Thomas Clausen da Universidade do
Fairbanks no Alasca conduziu testes extensivos na semente e constatou que não houve toxinas ou alcalóides. (Note que esta é a teoria que Krakauer apresenta em seu livro sobre McCandless, e difere da teoria anterior que ele relatou em seu artigo da revista Outside, sobre a segunda planta — Hedysarum boreale mackenzii, uma planta de ervilha de cheiro — assemelhando-se com a batata selvagem e conhecida por ser venenosas.)
Na edição mais recente do seu livro, Krakauer modificou sutilmente sua teoria com respeito à causa da morte de McCandless. Ele acredita que as sementes da batata selvagem estavam mofadas e foi o mofo que contribuiu para a toxicidade das sementes.
O livro de Krakauer fez McCandless uma figura heróica para muitos. Em 2002, o ônibus abandonado em Stampede Trail onde McCandless acampou se tornou um ponto turístico de aventura. O filme de
Sean Penn Na natureza selvagem, baseado no livro de Jon Krakauer, lançado em setembro de 2007 foi bem recebido pela crítica, incluindo quatro estrelas de diversos grandes críticos como Roger Ebert. Em 21 de outubro de 2007 o filme tinha 81% de avaliação ‘fresca’ na crítica de filmes do banco de dados do Tomates Podres. Um filme documentário sobre a viagem de McCandless feito pelo produtor de filmes independente Ron Lamothe, The Call of the Wild, também deve ser lançado em 2007. A história de McCandless também inspirou um episódio da série de TV Millenium e canções populares do cantor Ellis Paul, Eddie From Ohio e Harrod and Funck.
Diferente de Krakauer e muitos leitores de seu livro, que possuem em grande medida uma visão simpática de McCandless, alguns alasquianos possuem visões negativas tanto de McCandless e daqueles que romantizam sua morte. McCandless estava inconsciente de que vagões operados manualmente cruzavam o rio a 400 metros do Stampede Trail, enquanto um abrigo das redondezas estava estocado com alimentos de emergência, como descrito no livro de Krakauer. O guarda florestal do Parque Alasquiano Peter Christian escreveu: “Eu estou exposto continuamente ao que chamo de ‘fenômeno McCandless’. Pessoas, quase sempre homens jovens, vêm ao Alasca para se desafiarem contra um implacável cenário selvagem onde oportunidade de acesso e possibilidade de resgate são praticamente inexistentes… quando você considera McCandless da minha perspectiva, você logo vê que o que ele fez não foi nem particularmente corajoso, apenas estúpido, trágico e inconsiderado. Primeiro de tudo, ele gastou muito pouco tempo aprendendo como realmente viver na selva. Ele chegou em Stampede Trail sem ao menos o mapa da região. Se ele tivesse um bom mapa ele poderia ter saído andando dessa situação difícil… Basicamente, Chriss McCandless cometeu suicídio.”
Judith Kleinfeld escreveu no Notícias Diárias do Ancoradouro que “muitos alasquenses reagiram com raiva a essa estupidez. Você tem que ser um completo idiota, eles disseram, para morrer de fome no verão a 30 km de distância da estrada do parque.” Será??



Fonte: Wikipédia

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