Passem-se dias, horas, meses, anos Amadureçam as ilusões da vida Prossiga ela sempre dividida Entre compensações e desenganos.
Faça-se a carne mais envilecida Diminuam os bens, cresçam os danos Vença o ideal de andar caminhos planos Melhor que levar tudo de vencida.
Queira-se antes ventura que aventura À medida que a têmpora embranquece E fica tenra a fibra que era dura.
E eu te direi: amiga minha, esquece... Que grande é este amor meu de criatura Que vê envelhecer e não envelhece.
(Rio, 1942)
Post Scriptum: No dia 14 de outubro, celebrei mais uma primavera, e o blog ficou a ver navios... Para não passar em branco vou postar um soneto do Vinícius, que também fez aniversário, quase no mesmo dia, ele completaria 95 anos no dia 19 de outubro.
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