terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Juízo Final

Juízo Final
Composição: Élcio Soares / Nelson Cavaquinho

O sol....há de brilhar mais uma vez
A luz....há de chegar aos corações
Do mal....será queimada a semente
O amor...será eterno novamente
É o Juízo Final, a história do bem e do mal
Quero ter olhos pra ver, a maldade desaparecer
O amor...será eterno novamente

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O homem que inventou a internet

Enquanto o Brasil, um quê envergonhado, parou na última semana para lembrar o Ato Institucional de número 5, imposto pela Ditadura Militar, o Vale do Silício celebrava outro aniversário. Na mesma semana do AI-5, em 9 dedezembro de 1968, um cientista de 43 anos chamado Douglas Engelbart apresentou ao mundo, de uma só tacada, o mouse e a internet.Aquela apresentação, apelidada de 'a mãe de todas as apresentações', foi realizada na Universidade de Stanford para uma platéia de engenheiros dacomputação estupefatos. A ArpaNet, que viria a se transformar na internet, só seria inaugurada alguns meses depois e cientistas de todos os EUA estavam empolgados com a novidade. Aproveitando-se desta animação, Engelbart sepropôs a demonstrar os possíveis usos de uma rede de computadores comoaquela.O trabalho que ele apresentou não foi organizado de uma hora para outra. Ele e sua equipe de Stanford vinham pesquisando, com verbas da NASA e do Pentágono, desde 1963. O mouse é apenas uma das ferramentas que eles criaram e demonstraram em 68. ("Como esse instrumento lembra um ratinho", disse Engelbart naquele palco, "alguns de nós começamos a chamá-lo de mouse; talvez o nome cole".)A festa destes 40 anos se deu em Stanford, no mesmo palco em que a revolução teve início. Durante 4 horas, na tarde do último dia 9, a platéia pôde assistir ao vídeo da apresentação, a um debate com os sobreviventes da equipe de Engelbart, e a palestras.O filme é qualquer coisa de espetacular. O velho cientista tinha um telão às suas costas de maneira que o público podia ver o que ele fazia na tela.Alguns risos de fascínio podem ser entreouvidos quando ele apresenta o mouse. Seu monitor estava ligado em rede a um computador no outro lado dacidade. (Não custa lembrar: computadores contavam-se às dezenas no mundo.Vários monitores podiam ser ligados a um só computador, mil vezes menospoderoso do que um iPhone.) Após apresentar o mouse, como uma versão mais antiga de Steve Jobs apresentando seus novos produtos, o velho cientista pôs-se a navegar na tela clicando em links. Que ele chamou de links. E, a cada link, uma nova página era aberta com novos textos e novos links. A web foi criada apenas em 1989,mas já estava esboçada.Dotado de um rádio transmissor, enquanto apresentava as possibilidadesdaquela rede que estava para nascer, o cientista conversava com sua equipe,no laboratório, que a tudo acompanhava. Em um momento, ele faz mágica: faz aparecer uma janela no monitor e lá está o rosto, em movimento, de um de seus engenheiros. Eles começam a conversar: videoconferência. Skype em preto e branco no ano de 1968. Aquilo foi trapaça: embora o vídeo estivesse realmente no monitor de Engelbart, a transmissão não foi feita pela rede computacional mas sim pelo ar. Uma transmissão comum de TV. As duas novidades, ali, eram a possibilidade de digitalizar a transmissão de vídeo para que ele aparecesseno computador, e a demonstração de que, com mais banda e algum poder maior nos computadores, conversas por vídeo seriam possíveis.A tecnologia de digitalização que eles desenvolveram foi aproveitada alguns meses depois, pela NASA, para transmitir ao vivo, pelo mundo, a chegada do homem à Lua. O mais impressionante da mãe de todas as apresentações, não é isso. Naquela platéia, na festa de 40 anos, acompanhando o vídeo, depois os debates e palestras, estavam jovens cientistas da computação fascinados. Engelbart não possibilitou apenas uma transmissão ao vivo da Lua ou apresentou o mouse ao mundo. Fez muito mais do que isso: imaginou a internet e, ao imaginar, guiou por décadas o seu desenvolvimento.O velhinho se levantou, a um dado momento. Está com 83 anos. O auditório inteiro se pôs de pé para aplaudi-lo por alguns minutos. Uma ovação de reconhecimento que encheu-lhe os olhos de lágrimas. Muito pouca gente ouviu falar do nome de Doug Engelbart. Nestes 40 anos de sua cria, é hora de mudar isso.
Fonte: O Estado de S. Paulo. Data: 15/12/2008

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Especialista pede a morte do Google



John C. Dvorak, editor e colunista da revista americana de tecnologia PC Magazine, enumerou razões pelas quais o Google deve "morrer".


Em
artigo polêmico intitulado "O Google tem que morrer", o especialista classifica a companhia como "porcaria" e cita a "inabilidade" de buscadores para identificar corretamente os sites e o "excesso de informação insuficiente" disponível nas buscas.
A sugestão de Dvorak é "repensar a organização básica da própria internet"


Leia o texto de Dvorak na íntegra:"Chama-se SEO (Otimização para Sistema de Buscas, na sigla em inglês) e é basicamente o único assunto que o pessoal que trabalha em sites da internet se dispõe a discutir atualmente. Você pode achar que se trata de achar maneiras de enganar os sites de busca (o Google, principalmente), fazendo-os atribuir rankings mais altos do que o normal para determinados sites. No entanto, a discussão aqui gira em torno da idéia de que o Google é uma porcaria tão grande que as companhias acham que precisam usar a SEO para garantir os resultados que elas supostamente merecem.Ao reverter os processos de operação do Google, os especialistas em SEO podem ver como as buscas funcionam. Da perspectiva do usuário, tão logo você descobre como o Google faz o que faz, é um verdadeiro milagre que consigamos obter os resultados corretos. E, falando por experiência própria, os resultados corretos são, sob muitas circunstâncias, praticamente impossíveis de serem obtidos – e talvez nunca sejam num futuro bem próximo.Vamos dar uma olhada nos problemas que foram surgindo ao longo dos últimos anos.Inabilidade para identificar corretamente os sites. Todos os sites de busca têm esse mau hábito, mas às vezes ele se torna visível. É de se esperar que, se eu estiver procurando por algo relacionado a Art Jenkins, e Art Jenkins tiver um site chamado Artjenkins.com, ele seja o primeiro a ser listado pelos sites de busca, certo? Normalmente, porém, essa página não é listada em lugar nenhum.Muito comércio, informação insuficiente. Parece haver uma crença, no Google principalmente, de que você se conecta à internet exclusivamente porque quer comprar alguma coisa. Pessoas procurando somente informações são uma inconveniência. Isso fica bastante claro toda vez que você tenta encontrar alguma informação sobre produtos populares: tudo que se encontra são sites tentando vender o tal produto. Lanço aqui um desafio: peça ao Google que ache um site que compare honestamente os planos das operadoras de telefonia celular e que te diga claramente qual deles é o mais vantajoso. Tente! Aparecerão centenas de sites com comparações fajutas promovendo apenas o plano que eles estão vendendo. O que é particularmente ruim nisso tudo é que os poucos sites honestos que oferecem informações sem lançar mão do SEO e de todos os outros truques necessários para se chamar a atenção vão aos poucos sendo obrigados a fechar. Ninguém consegue encontrá-los! O usuário deveria ser sempre direcionado ao melhor site, não a um site popular, mas medíocre. Essa é a pior falha do sistema de rankings.Sites “estacionados”. Já aconteceu de você estar procurando alguma coisa e de repente achar o que parecia ser o site perfeito, ali nos primeiros resultados do Google? Aí, feliz da vida, você clique no link, mas é direcionado para algum daqueles sites fajutos, “estacionados”, cujo nome de domínio foi adquirido por alguém que o entupiu de links para outros sites, na esperança de atrair alguns acessos aleatórios pelos quais será pago 10 centavos cada? Como é possível que o sistema de rankings – se é que ele funciona – garante a sites deste tipo uma boa colocação nos resultados?Resultados da busca que não se repetem. Já fez uma busca e, uma semana depois, a fez novamente e os resultados foram completamente diferentes? No fim, teve que usar o histórico de buscas na esperança de encontrar aqueles primeiros resultados? Será possível que as coisas mudem tão drasticamente de um dia para o outro que os resultados possam variar de forma tão extrema semanalmente? A ocorrência de resultados estranhos se agrava ainda mais quando você faz as buscas logado ao Google. Eles são customizados pra você de alguma forma? De quê forma?Os resultados das buscas são absurdamente diferentes quando você está logado ao Google, mas sem que haja qualquer benefício aparente. Não é difícil duas pessoas estarem ao telefone, discutindo sobre qualquer assunto, e de repente tentem achar alguma coisa online. A conversa pode ser mais ou menos assim: “Veja, achei. Digite no campo de buscas ‘ABCD Fix’ e estará lá no quarto resultado entre os listados.” “Não estou vendo. O quarto na verdade se refere a uma empresa que vende comprimidos.” “Você digitou ‘ABCD Fix’, certo?” “Sim, claro.” A conversa dura ainda alguns minutos, até que um dos interlocutores descobre que está logado ao Google.A solução para toda essa bagunça, que aos poucos vai se tornando pior e pior, é “refinar” os resultados das buscas, ainda que sem inviabilizá-las. O Yahoo! oferecia uma idéia legal na época que o seu sistema de buscas era, na realidade, um diretório com segmentos “controlados” por comunidades de experts.


Essas pessoas eram responsáveis por isolar os melhores sites de cada categoria, coisa que o Google nunca foi capaz de fazer. A base da política de rankings do Google foi colocar no mesmo nível de importância a popularidade e a qualidade dos sites, mas quando os experts em SEO começaram a agir, a estratégia mostrou que não poderia mesmo funcionar.Teremos que continuar sofrendo enquanto nada melhor surja na rede, mas há pelo menos uma ferramenta crucial que poderia ser facilmente implementada: as notificações de usuário. Os sites “estacionados”, por exemplo, poderiam ser notificados, da mesma forma que você notifica spams num fórum de mensagens ou posts descontextualizados numa lista de discussão.


O risco aqui é que hordas de anormais tentando fechar um determinado site comecem a inundar o Google com notificações falsas – e, nesse caso, manter um mínimo de integridade acabaria sendo difícil. Pessoas com interesses escusos infelizmente já se infiltraram em outros ambientes mais ou menos controlados, como a Wikipedia. Por sinal, um grupo promovendo a urgência de políticas contra o aquecimento global infestou de tal maneira a Wikipedia que qualquer postagem com dados ou opiniões contrárias a ela simplesmente não é publicada, não importando qual seu teor ou relevância.Uma sugestão que tem aparecido por aí envolve a rede semântica, que, inclusive, antecipa alguns potenciais truques da SEO – mas que, por outro lado, exige um determinado nível de honestidade que jamais poderia ser mantido. Eu sugiro repensar a organização básica da própria internet, usando o mesmo conceito do Google News. Em outras palavras: compartimentar completamente a rede, “rotulando” os diversos sites. Assim, seríamos capazes de empreender buscas limitadas a determinados segmentos e também optar por eliminar sites comerciais que carreguem informações tendenciosas.Por falar em opções, houve inúmeras tentativas ao longo dos anos de se criar um mecanismo avançado de busca que avaliasse as opções do usuário através de uma rede de perguntas e respostas operada por Inteligência Artificial. É de se imaginar que tal idéia pudesse ter ido muito mais longe do que de fato foi. De qualquer maneira, devemos torcer para que alguém surja com alguma coisa que funcione melhor do que o que temos hoje à nossa disposição. Pois a situação está se deteriorando rápido demais."


Fonte: Adnews

sábado, 22 de novembro de 2008

Europeana - Alexandria?

Biblioteca digital européia fecha 24 horas depois de inaugurada
A biblioteca digital "Europeana", saturada por consultas dos internautas, foi fechada menos de 24 horas depois de seu lançamento, e talvez deva retornar em meados de dezembro.
Uma mensagem no site
www.europeana.eu indica nesta sexta-feira que a biblioteca está "temporariamente inacessível por causa do grande interesse" do público."Faremos todo o possível para reabrir a 'Europeana' em uma versão mais robusta o quanto antes", acrescenta o texto, prometendo voltar em meados de dezembro.Os idealizadores do projeto previam cerca de cinco milhões de consultas diárias, mas o número superou em muito as expectativas e acabou saturando o sistema.Com conteúdos inteiros de livros raros e antigos ou cujas edições se esgotaram, pinturas, músicas, manuscritos, mapas, o projeto "Europeana" tem como objetivo tornar acessível em apenas um site o imenso patrimônio cultural das bibliotecas nacionais do Velho Continente.Esta era a idéia do portal multilíngue www.europeana.eu, que pretende armazenar não apenas livros, mas também outras obras digitalizadas em mãos de centros e instituições culturais européias."A 'Europeana' representa uma aliança inédita entre as novas tecnologias e o mundo da cultura. Estou convencida de que modificará de maneira profunda a forma que cada um terá acesso a partir de agora ao patrimônio cultural europeu", afirmou a comissária européia da Sociedade de Informação, Viviane Reding.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Discurso - Barak Obama - 27/10/2008

Sim, o governo deve liderar o caminho da independência energética, mas cada um de nós deve fazer nossa parte para tornar as nossas casas e as nossas empresas mais eficientes. Sim, temos de dar mais chances de êxito aos jovens que caiam na vida do crime e desespero. Mas todos nós temos de fazer nossa parte como pais, para desligar a TV e ler para nossos filhos e sermos responsáveis pelo fornecimento de amor e da orientação que necessitam.
Sim, podemos discutir e debater as nossas posições apaixonadamente, mas neste momento de definição, todos nós devemos convocar a força e a graça para superar as nossas diferenças e unir esforços comuns – preto, branco, Latino, asiáticos, Nativo Americano; democrata e republicano, jovens e velhos, ricos e pobres, gays e heteros, deficientes ou não. Todos nós temos de nos juntar.
Ohio, nesta eleição não podemos permitir os mesmos jogos políticos e táticas que são utilizadas pra colocar um contra o outro e fazer nós termos medo um do outro. O desafio é demasiado elevado para nos dividir em classes e regiões e antecedentes; pelo que nós somos ou pelo que acreditamos. Porque, apesar do que os nossos adversários possam dizer, não há partes verdadeiras ou falsas neste país. Não há qualquer cidade ou região que seja mais pro-América do que em qualquer outro lugar – somos uma nação, todos nós orgulhosos, todos nós patriotas.
Existem aqueles patriotas que apoiaram a guerra no Iraque e patriotas que se opuseram à mesma; patriotas que acreditam em políticas democráticas e aqueles que acreditam em políticas republicanas. Os homens e mulheres que servem em nossos campos de batalha, alguns podem ser democratas, republicanos e Independentes, mas eles lutaram juntos e sangraram juntos, e alguns morreram juntos sob a mesma e orgulhosa bandeira. Eles não serviram a uma América vermelha ou América azul - eles serviram aos Estados Unidos da América.
Não vai ser fácil, Ohio. Nem vai ser rápido. Mas vocês e eu sabemos que é tempo para se unir e mudar este país. Alguns dos senhores podem ser cínicos e irritados com a política. Muitos de vocês podem estar desapontados e mesmo furiosos com seus líderes. Vocês têm todo o direito de estar. Mas, apesar de tudo isto, eu lhes peço o que foi pedido aos americanos em toda a nossa história. Peço a todos que acreditem – não apenas nas minhas habilidades de trazer mudanças, mas na sua habilidade. Eu sei que é possível uma mudança. Porque eu a tenho visto nos últimos 21 meses. Porque na campanha tenho tido o privilégio de testemunhar o melhor da América.
Eu a tenho visto nas filas de eleitores em torno das escolas e igrejas; nos jovens que lançam seu voto pela primeira vez, e os não tão jovens que se envolveram novamente após um longo tempo. Tenho visto nos trabalhadores que preferem a redução das suas horas a ver os seus amigos perderem o emprego; Vejo nos vizinhos que abrigam um estranho quando as inundações chegam; Nos soldados que se realistam após perderem um membro. Eu tenho visto no rosto dos homens e mulheres que eu tenho encontrado em inúmeros comícios e câmaras municipais em todo o país, homens e mulheres que falam de suas lutas mas também das suas esperanças e sonhos.
Ainda me lembro do email que uma mulher chamada Robyn me enviou depois de encontrá-la em Fort Lauderdale, Florida. Alguns dias depois do evento seu filho quase entrou na parada cardíaca, e foi diagnosticado com um problema de coração que só poderia ser tratado com um procedimento que custa dezenas de milhares de dólares. A companhia de seguros se recusou a pagar, e sua família simplesmente não têm esse tanto de dinheiro.
Em seu email, Robyn escreveu,"Só peço isto de você – nos dias em que se sinta tão cansado que não pode nem pensar em dizer uma palavra para o povo, pense em nós. Quando todos aqueles que se opõem a você o deixarem pra baixo, alcance seu mais profundo e volte com tudo".
Ohio, é isso que é Esperança – a coisa interior que insiste, apesar de todos os elementos que provem o contrário, que algo melhor está à espera na próxima curva; que insiste que existem dias melhores à frente. Se estivermos dispostos a trabalhar para isso. Se estivermos dispostos a deixar nossos receios e dúvidas. Se estivermos dispostos a chegar no mais profundo dentro de nós mesmos quando estivermos cansados e voltarmos lutando com tudo!
Esperança! Isso que manteve alguns de nossos pais e avós quando os tempos eram difíceis. O que os levou a dizer, "Talvez eu não possa ir ao colégio, mas se eu juntar um pouco a cada semana meu filho possa; talvez eu não consiga ter o meu próprio negócio, mas se eu trabalhar duro meu filho poderá abrir um só seu". Isso que levou os imigrantes de terras distantes a chegar a estas praias, e contra grandes adversidades esculpir uma nova vida para suas famílias na América; Foi o que levou aqueles que não puderam votar a marchar e organizar-se em defesa da liberdade; O que os levou a clamar "pode parecer escura esta noite, mas se eu mantiver a esperança, amanhã ela será mais clara."
Isso é o que é esta eleição. Essa é a escolha que enfrentamos neste momento. Não acredite nem por um segundo que a eleição está acabada. Não acredite nem por um minuto que os poderosos irão abrir mão do poder. Temos muito trabalho pela frente. Temos de trabalhar como se o nosso futuro dependesse disto nesta última semana, porque depende. Em uma semana, podemos escolher uma economia que premie trabalho e crie novos postos de trabalho e injete prosperidade de baixo para cima.
Em uma semana, poderemos escolher em investir em saúde para as nossas famílias, e em educação para as crianças, em fontes renováveis de energia para o nosso futuro. Em uma semana, podemos escolher esperança sobre o medo, a unidade sobre a divisão, a promessa de mudar o poder do status quo. Em uma semana, poderemos chegar juntos como uma nação, e um povo, e mais uma vez escolher a nossa melhor história. É isso que está em jogo. É isso pelo qual lutamos. E, se nesta última semana, você bater algumas portas por mim, fizer algumas ligações por mim e falar com os seus vizinhos, e convencer os seus amigos; se vocês se juntarem a mim, lutarem comigo, e me derem seu voto, então prometo isto – que não vamos apenas ganhar Ohio, que não vamos apenas ganhar esta eleição, mas juntos, vamos mudar este país e vamos mudar o mundo.
Muito obrigado, Deus vos abençoe, e que Deus abençoe a América. Vamos trabalhar!

domingo, 2 de novembro de 2008

Livro O Enigma Vazio - Affonso Romano de Sant'Anna

Refletir sobre a arte – particularmente a moderna e contemporânea dos séculos XX e XXI – pode se tornar um exercício tão complexo quanto os próprios objetos de análise – os artistas e suas obras. Um desafio ao qual até mesmo os críticos podem sucumbir, diante do verdadeiro mosaico de conceitos e opiniões que podem mais confundir que localizar os parâmetros do que é ou não arte e ser artista. Em O enigma vazio - Impasses da arte e da crítica o poeta, ensaísta, cronista e professor Affonso Romano de Sant´Anna coloca essa crítica no divã, analisando e, em alguns momentos, desconstruindo seus discursos e argumentos ao apontar suas contradições e exageros.

Desta vez, o poeta e ensaísta aprofunda ainda mais questões abordadas em Desconstruir Duchamp e A cegueira e o saber e passa a pente fino famosas análises de quadros e pintores feitas por Octávio Paz, Jacques Derridá, Michel Foucault, Roland Barthes, Jean Clair, Heidegger, Mayer Shapiro e Frederic Jameson. Através da lingüística e da teoria do discurso, Affonso Romano de Sant’Anna analisa os principais sofismas em que se baseia a arte conceitual e propõe uma nova episteme para reavaliação da arte do século XX.


Ao fazer isso, o autor questiona também os limites da arte contemporânea, uma arte conceitual, que, dando primazia ao pensamento, à idéia e à linguagem, deslocou o enfoque da obra para a proposta da obra. Daí a importância de se analisar o discurso dos pensadores desta arte, de se fazer a crítica da crítica.
O autor destaca que, se, na arte conceitual, o discurso e a palavra tomaram a tela o lugar da tinta, a crítica de arte fez algo semelhante e inverso: transformou seu texto em um quase-gênero artístico, numa espécie de reflexo distorcido da obra analisada, no que foi batizado de action writing, uma forma de pintar com palavras seus devaneios conceituais. Nele, a obra de arte que iniciou a escrita é logo abandonada, num olhar narcisista e deslumbrado com as próprias idéias e construções. O texto criou uma deformação, uma alucinação, uma especulação, fascinante em si, mas muito distante da obra original.


Grandes nomes como Octavio Paz e Jean Clair deixaram a isenção e a objetividade serem afetadas pela possibilidade de, por exemplo, alçar as obras do francês Marcel Duchamp (1887-1968) a um patamar que talvez o próprio artista jamais tivesse tido intenção. Um dos precursores da arte conceitual, criador – se é que assim pode ser chamado – dos ready mades – objetos do cotidiano transportados para o campo das artes sem interferência do autor -, Duchamp legou ao espectador a responsabilidade de pensar o que é arte e sua linguagem. Mesmo assim, sua obra “Grande vidro” ganhou uma interpretação místico-fantasiosa de Paz e ele foi comparado a Leonardo Da Vinci por Jean Clair. Ao invés de propor uma reflexão, tais críticas tornaram-se o que Sant´Anna chama de “crítica reflexa”, de “endosso” e de “celebração”.


Sant´Anna também contrapõe as diferentes falas de Jacques Derrida, Heidegger e Mayer Schapiro sobre uma mesma obra: Os sapatos, de Van Gogh. Também dá destaque às alucinações visuais e verbais de Roland Barthes a respeito do expressionista americano Cy Twombly. E, a partir destes discursos, Affonso Romano de Sant´Anna levanta uma questão: até onde a obra é uma criação do artista e a partir de quando passa a ser criação daqueles que pensam o criador e a criatura? E, se for assim, se grandes pensadores cometem equívocos, “o que dizer dos repetidores disseminados no sistema artístico desde que se oficializou que tudo é arte e todos são artistas e críticos?”, pergunta o autor.


O enigma vazio (Impasses da arte e da crítica) aprofunda a análise do discurso produzido pela arte e pela crítica de nosso tempo recorrendo à lingüística, à filosofia, a retórica e à análise literária. Aos poucos, o autor procura desmontar os silogismos e sofismas repetidos durante anos por artistas e críticos. Também defende a leitura interdisciplinar - antropologia, sociologia, política, marketing, filosofia, lingüística - como a única capaz de enfrentar este enigma vazio que provocou tantas obras insignificantes e tantas alucinações críticas.


Fonte: Rocco
Post Scriptum: Fui ao lançamento em Beagá, no dia 31/10, e é sempre bom ouvir o Affonso com suas inquietações e que nos deixou bastante curiosos em começar a ler o que ele conseguiu decifrar o enigma com o novo livro!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Queda dos Jornais Americanos - Versão Papel

A circulação dos grandes jornais americanos tem diminuído nos últimos meses. O Audit Bureau of Circulations divulga as estimativas do mercado. Segundo uma matéria publicada no Wall Street Journal, o declínio ocorreu por conta de algumas mudanças como aumento dos preços, diminuição dos descontos e suspensão na entrega de exemplares para leitores pouco rentáveis. Outro problema seria a migração de leitores para a web.
Ainda assim, os editores de algumas publicações disseram que muitos leitores acompanham as versões impressa e online. Eles acreditam que a dificuldade esteja nas publicidades, que custam mais caro no jornal impresso.
O Atlanta Journal-Constitution apresentou a pior queda, com uma redução de 13,4% durante a semana. O Orange County Register, Miami Herald, Houston Chronicle e do Boston Globe também estavam entre as publicações com grande queda na semana.

Notebook de bambu!

O notebook revestido de bambu da Asus deverá chegar no mercado brasileiro até o começo de 2009. Com uma definição de "equipamento verde", o Asus Série Bambu (ou Asus EcoBook) terá duas versões: a primeira virá em maior quantidade e terá tela de 12,1 polegadas e pesará 1,57 kg. A segunda será mais leve e possuirá tela menor, com 11,1 polegadas e peso de 1,25 kg. Ambos terão processador Inter Core 2 Duo.A configuração mais potente, como já anunciamos por aqui, terá 4 GB de RAM, disco rígido híbrido de 320 GB (com 256 MB de memória flash) e placa de vídeo GeForce 9300M GS de 256 MB.a Asus ressalta como principal diferencial a superioridade da bateria "Super Hybrid Engine", que promete vida útil entre 35% e 70% maior que as convencionais.As vendas do gadget começarão entre o fim deste ano e o início de 2009, quando chegam ao varejo brasileiro. O preço ainda não foi divulgado.

domingo, 26 de outubro de 2008

Soneto de Aniversário - Vinícius de Moraes


Passem-se dias, horas, meses, anos Amadureçam as ilusões da vida Prossiga ela sempre dividida Entre compensações e desenganos.

Faça-se a carne mais envilecida Diminuam os bens, cresçam os danos Vença o ideal de andar caminhos planos Melhor que levar tudo de vencida.

Queira-se antes ventura que aventura À medida que a têmpora embranquece E fica tenra a fibra que era dura.

E eu te direi: amiga minha, esquece... Que grande é este amor meu de criatura Que vê envelhecer e não envelhece.

(Rio, 1942)



Post Scriptum: No dia 14 de outubro, celebrei mais uma primavera, e o blog ficou a ver navios... Para não passar em branco vou postar um soneto do Vinícius, que também fez aniversário, quase no mesmo dia, ele completaria 95 anos no dia 19 de outubro.

Fórum das Letras


Já está confirmada a edição 2008 do Fórum das Letras de Ouro Preto. O evento vai acontecer entre os dias 5 e 9 de novembro, na antiga Vila Rica, e vai reunir alguns dos maiores expoentes da literatura contemporânea mundial. Como sempre acontece, um tema central vai guiar as ações previstas. Este ano, o foco será “O Mistério na Literatura”. Estarão presentes os brasileiros Luiz Ruffato, Moacyr Scliar e Tatiana Salem Levy. Esta última estreou há pouco tempo no cenário literário, com o elogiado A Chave da Casa. O romance arrancou grandes elogios da crítica e ficou entre os 10 finalistas do Prêmio Jabuti deste ano.E não é só de brasileiros que será feita a programação do encontro literário mineiro. Também passarão por Ouro Preto o português Francisco José Viegas, um dos mestres na literatura noir, o alemão Martin Brock e os americanos Peter Robinson e William Gordon, este casado com a grande escritora chilena Isabel Allende.


A 4ª edição do Fórum das Letras de Ouro Preto, que acontece de 5 a 9 de novembro, vai discutir o “Mistério na Literatura”, tendo de um lado, o mistério como o enigma do ser – fonte da literatura e das artes – e, de outro, a questão da interpretação – do jogo de ocultamento que mantém vivo o interesse pela leitura.


Neste ano, a organização preparou uma novidade para democratizar o acesso ao evento. Quem quiser visitar o Fórum e viajar entre a ficção e a realidade, poderá inscrever-se sem nenhum custo, pois a entrada é gratuita. Mas atenção! A inscrição é indispensável. Para fazê-la basta acessar http://www.forumdasletras.ufop.br/.

O Fórum

Promovido pela Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP e idealizado pela escritora Guiomar de Grammont, o Fórum das Letras de Ouro Preto foi concebido com a intenção de promover o diálogo entre autor e público participante, além de valorizar a importância de Ouro Preto, cidade pela qual passaram ou viveram escritores de várias escolas ao longo da sua rica história cultural.

Serviço

Evento: Fórum das Letras
Data: de 5 a 9 de novembro de 2008
Local: Ouro Preto (Centro de Artes e Convenções da UFOP – Praça da UFOP)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Dormir no Museu?

O artista belga Carsten Höller criou uma instalação que reproduz um quarto de hotel dentro do Museu Guggenheim, em Nova York, e que abrigará hóspedes durante a noite. O Revolving Hotel Room (Quarto de Hotel Giratório, em tradução literal) traz a mobília tradicional de um quarto de hotel sobre quatro discos de vidro giratórios. Durante o dia, a obra pode ser vista como parte da exposição theanyspacewhatever e à noite, o quarto é reservado para visitantes que queiram passar a noite no museu. A oportunidade de se hospedar na instalação luxuosa de Höller e de passear pelo Guggenheim quando o museu está vazio, no entanto, não sai barato. O custo do pernoite varia entre US$260 (R$581) durante a semana e US$ 799 (R$ 1788) nos finais de semana e inclui café da manhã. Cada hóspede pode passar apenas uma noite no museu e a instalação abriga no máximo duas pessoas por noite. A exposição theanyspacewhatever, da qual a instalação Revolving Hotel Room faz parte, tem como objetivo ir além das artes visuais, aproximar a experiência artística do cotidiano e ampliar as convenções tradicionais dos museus. A artista canadense Angela Bulloch irá transformar o teto do museu em uma constelação artificial de estrelas. A francesa Domonique Gonzalez-Foerster usará uma instalação sonora para "tropicalizar" uma das rampas do museu. O britânico Liam Gillick intervirá nos serviços de sinalização do Guggenheim, para "reorientar" a experiência dos visitantes no espaço e na exposição.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O Anarquista

Machado de Assis em homenagem ao seu centenário, tem agora a sua obra completa emformato digital. São 246 arquivos, que incluem livros como Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Esaú e Jacó.

Impermanências da Permanência

Eu tenho umα αlmα muito prolixα e uso poucαs pαlαvrαs. Sou irritável e firo fαcilmente. Tαmbém sou muito cαlmα e perdôo logo. Não esqueço nuncα. Mαs há poucαs coisαs de que eu me lembre. Tenho váriαs cαrαs. Umα é quαse bonitα, outrα é quαse feiα. Sou um o quê ? Um quαse tudo. E não é que vivo em eternα mutαção, com novαs αdαptαções α meu renovαdo viver e nuncα chego αo fim de cαdα um dos modos de existir. Vivo de esboços não αcαbαdos e vαcilαntes. Mαs equilibro-me como posso, entre mim e eu. Sou infinitαmente mαior que eu mesmα, e não me αlcαnço !

domingo, 5 de outubro de 2008

Tudo Que Você Podia Ser - Milton Nascimento

Com sol e chuva você sonhava
Que ia ser melhor depois
Você queria ser o grande herói das estradas
Tudo que você queria ser
Sei um segredo você tem medo
Só pensa agora em voltar
Não fala mais na bota e do anel de Zapata
Tudo que você devia ser sem medo
E não se lembra mais de mim
Você não quis deixar que eu falasse de tudo
Tudo que você podia ser na estrada
Ah! Sol e chuva na sua estrada
Mas não importa não faz mal
Você ainda pensa e é melhor do que nada
Tudo que você consegue ser ou nada

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Festival de Violão - Belo Horizonte

O violão é um instrumento típico da música brasileira. Porém, não foi criado no país. Especula-se que sua origem seja da região Oriental, levada à Península Ibérica pelos Árabes. Outra teoria é que seja originário da Grécia ou de Roma, descendendo da Lira grega. Seja qual for a esua origem, ao longo dos séculos os instrumentos prercussores do violão foram sendo gradativamente transformados, sendo muito usados na Espanha e em Portugal. A nomenclatura espanhola do violão é guitarra, assim como a inglesa (guitar). Por isso, para evitar confusões de nomes, em vários países se costuma chamar o violão de Spanish Guitar (Guitarra Espanhola), distinguindo-o da Guitarra Elétrica. O nome violão é específicamente usado no Brasil e em Portugal, sendo neste último também chamado de Viola.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Dia Nacional do Rádio

Aos 86, rádio explora era digital

Hoje se comemora o "Dia Nacional do Rádio" no Brasil. Lá se vão 86 anos desde a primeira transmissão radiofônica, realizada em 22 de setembro de 1922, para divulgar a Independência brasileira. O dia 25 de setembro foi escolhido em homenagem ao fundador do meio no país: Edgar Roquette Pinto, cujo nascimento se dá na mesma data.Do alto da maturidade de quem já viveu tantos anos, o rádio festeja aniversário em pleno ambiente digital. Longe dos parcos recursos com os quais se realizou a transmissão pioneira, a nova era traz conceitos como rádio online, digital, móvel, e podcasts (áudio transmitido pela internet).


Mas o processo de evolução não foi rápido assim. Antes do digital, o rádio teve de enfrentar previsões apocalípticas que questionavam sua capacidade de sobrevivência frente ao lançamento da TV, em 1950. O simples fato de completar 86 anos é a prova de, pelo menoos em termos de comunicação, previsões deste tipo não costumam acertar em cheio.A Web revoluciona.

Décadas seguintes, a chegada da internet concretizou o panorama digital, já antes rascunhado. Termos como "convergência de mídias", "integração" e "interatividade" preencheram o vocabulário daqueles que consomem e lidam com comunicação. E a exemplo da época em que a TV foi a grande novidade, o rádio se mostra adaptado para fisgar atenção do ouvinte cada vez mais multimídia e atarefado.

A programação por satélite é um dos exemplos. Permite variedade de conteúdo e maior alcance das estações. Mais de 100 canais podem ser sintonizados mediante pagamento de taxa mensal e o ouvinte pode se libertar de comerciais indesejados . Nos EUA, o modelo existe desde 2001 e o mercado é dominado por duas emissoras: XM Radio e Sirius."A digitalização ainda vai avançar muito no Brasil e no resto do mundo e é importante saber aproveitar a internet nesta nova fase, diz Paulo Mai, publicitário e radialista há 32 anos e apresentador do programa Jazz Masters, da rádio Eldorado.Para ele, o desafio desta nova fase é agregar cada vez mais conteúdo para o ouvinte. "Não poder apenas mais uma fonte ou um simples tocador de música. Ser humano quer ouvir ser humano e o rádio devecontinuar sendo o parceiro de sempre", declara. Nesta linha, o conteúdo personalizado tem sido uma das apostas. De três anos para cá, anunciantes têm gostado da idéia de misturar marca à programação na busca por serviço diferenciada. Oi FM, Mistubihi FM e SulAmérica Trânsito são exemplos recorrentes. "É uma rádio como outra qualquer e o conteúdo customizado é um caminho sem volta”, afirmava o sócio e vice-presidente da Africa, Luiz Fernando Vieira, ao lançar campanha para a Mitsubishi.

Entretanto, segundo Mai, os investimentos na digitalização do meio ainda são insuficientes. Ele considera que as emissoras devem se concentrar mais nas possibilidades digitais. "As rádios precisam apostar para produzir mais e melhor".

Marcelo Gripa - Adnews

Livro mais caro do Mundo

Capa de veludo tecido a mão, réplica de escultura em Mármore carrara, papel artesanal......
http://diversao.uol.com.br/ultnot/bbc/2008/09/24/ult2242u1735.jhtm

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Para digitalizar LPs

E começou a rodar no mercado europeu mais um aparelho para converter o conteúdo dos velhos bolachões em música digital. O gravador Ion LP 2 Flash permite gravar discos de vinil diretamente para formatos digitais, sem a necessidade de um computador. Aliás, ele tem uma aparência muito semelhante a um toca-discos convencional. E pode ser conectado também a toca-fitas. O conteúdo é passado para um dispositivo USB ou um cartão, a escolher. Só precisa ter a paciência de tocar todo o LP. O que pode ser um bom revival.
Ah, o aparelho está sendo vendido por US$ 228. Só na Europa, por agora.

Biblioteca Nacional da China


Prédio inaugurado esta semana tem 80 mil metros quadrados, disponibilidade para receber 2.900 leitores e capacidade para 12 milhões de livros; obra custou R$350 milhões
Uma longo retângulo suspenso de 120 metros de comprimento em aço escovado de vidro é a marca do novo prédio da Biblioteca Nacional da China. Inaugurado nesta semana, o anexo que custou o equivalente a R$ 350 milhões demonstra que obras de impacto continuam a mudar a paisagem mesmo após a Olimpíada.
A Biblioteca virou a terceira maior do mundo com a nova construção. O antigo prédio, que não pode sofrer reformas por ser patrimônio nacional, guarda os tesouros da instituição e só pode receber visitas de acadêmicos e pesquisadores.


O anexo é para o público geral - e feito para impressionar. Com 80 mil metros quadrados, tem 2.900 assentos, 460 computadores e oferece acesso à internet semfio (wi-fi). Os usuários podem usar leitores de livros digitais em palmtops para acessar os mais de 200 mil gigabytes de arquivo digital da instituição.

O teto do retângulo que abriga a Biblioteca Digital é de vidro, o que permite o uso de luz natural na maior parte do tempo. A base do prédio é em pedra -mas o revestimento interno da principal sala de leitura, de três andares, é de madeira, como nas antigas bibliotecas.
O escritório de arquitetura alemão Engel e Zimmermann, que desenhou a obra após vencer um concurso internacional, projetou um prédio para 12 milhões de livros, ainda que a biblioteca tenha sido aberta com 600 mil. "A obra tem a capacidadepara o crescimento da biblioteca nas próximas três décadas", diz o bibliotecário-chefe, Zhan Furui.


No último andar, que possui centenas de jornais e revistas para consulta, não há uma única publicação estrangeira. Também não há nenhum livro em inglês na nova biblioteca.
"Os livros em inglês ficam no velho prédio, onde o acesso é restrito. Aqui, só em chinês", diz o bibliotecário Li Bin. Apesar da modernidade, a nova biblioteca mantém a política de controle de informação cara ao Partido Comunista.
São raros os locais de Pequim onde se encontram revistas estrangeiras. Quando há alguma reportagem crítica à China, os exemplares são recolhidos.
Encomendas feitas à Amazon podem levar meses. Os pacotes são abertos pelo correio, que apreende livros sensíveis. A censura proíbe livros que falem sobrea repressão na Praça da Paz Celestial ou no Tibete, sobre a seita Falun Gong ou sobre direitos humanos. Livros que tratem de sexo e erotismo são proibidos e chamados de "poluição espiritual". São os casos de obras que narram as aventuras sexuais de jovens chinesas, como "Shanghai Baby", "Beijing Doll" ou "Candy", e que viraram best-sellers no exterior. No ano passado, a autora Zhang Yihe liderou uma campanha pela internet, semsucesso, pelo fim à censura. Seus três livros, que contam o drama dos chineses durante a Revolução Cultural, são proibidos no país. O Escritório Geral de Imprensa e Publicações é responsável pela censura. A saída é a produção e distribuição clandestina de livros - estima-se que 60% dos livros que circulam na China sejam piratas. Calcula-se que haja cerca de 4.000 editoras clandestinas.


Fonte: Por Raul Juste Lores, de Pequim. Publicado na Folha de S. Paulo

Indexação de vídeos

O Google estreou um novo recurso de busca que analisa o áudio de vídeos postados no YouTube.Apelidado de Gaudi, o Google Audio Indexing usa uma tecnologia que analisa as palavras ditas ao longo de um vídeo e as registra numa base de dados.Assim, quando o usuário faz uma busca por um termo ou uma expressão, pode encontrar os vídeos em que estes termos são ditos e em que momento da gravação são proferidos.Se o usuário deseja encontrar, por exemplo, uma declaração mais forte ao longo de um vídeo de muitos minutos, pode encontrar exatamente o momento em que tal declaração é dita, fazendo uma busca pela expressão.Atualmente, o Gaudi só lê vídeos postados no canal de política do Google e no idioma inglês. Com o tempo, o Google pretende ampliar o uso da tecnologia em sua modesta missão de organizar a informação de toda a internet.

Fonte: http://info.abril.com.br/aberto/infonews/092008/19092008-7.shl

sábado, 13 de setembro de 2008

Aforismos


"Não se pode separar uma vida da outra, assim como não se separa a brisa do vento..."
___As cinco pessoas que você encontra no Céu

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Tango!!!!!!

Mais um espetáculo de dança! Com os dançarinos maravilhosos Ronei e Alice!

Batalha virtual de literatura

Um grupo de Santa Catarina aliou internet, boas idéias e vontade de escrever e criou uma batalha virtual: o Duelo de Escritores. Já em sua 30ª rodada, o projeto funciona de forma simples: em cima de um tema proposto, cada participante escreve um conto, crônica ou poesia, e uma votação define qual é o vencedor e quem escolherá o próximo tema. Quem vota? Os duelistas e o público. “Quando criamos o Duelo e optamos por mantê-lo na internet, nossa primeira motivação foi poder contar com opiniões do público sobre o que estávamos escrevendo”, comenta Fábio Ricardo, um dos participantes. Já são aproximadamente 6,5 mil acessos e mais de 300 votos.Além de Fábio, que é jornalista, participam do projeto o biólogo Félix Rosumek, a estudante Marina Melz, o publicitário Rodrigo Oliveira e Thiago Floriano, também jornalista. “Apesar de atuarmos em áreas diferentes, todos gostávamos de escrever, mas não tínhamos tempo nem incentivo para produzir. Com o Duelo, temos que cumprir os prazos propostos e garantimos um conto a cada 10 dias”, conta Rodrigo, que é pós-graduando em Estudos Literários.“Temos estilos completamente diferentes de escrita, e isso se reflete nos temas de cada rodada”, comenta Félix. “Já escrevemos contos sobre temas abstratos como reflexo, idade e silêncio e também sobre temas atuais e relevantes, como a Dulplicação da BR-470”, complementa Thiago. O recorde de votos foi registrado no tema Primeira Vez, com 19 diferentes votantes.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

De volta


" É seu único lugar no mundo

Que é seu abrigo

A sua casa

Que traz a liberdade

Em clima de felicidade"
Cidade Negra - A casa

Ps> O ipê florido sempre ao lado

Do Mar Morto para a Web



A autoridade israelense de Antiguidades, que tem sob sua custódia os textos que lançam luz sobre a vida dos judeus e dos primeiros cristãos na época de Jesus Cristo, disse nesta quarta-feira que levará mais de dois anos para completar o projeto.



Os documentos foram encontrados em covas próximas ao mar Morto em 1947 por pastores beduínos e durante muitos anos só um reduzido número de estudiosos pôde vê-los.
O acesso, entretanto, depois foi ampliado e os documentos foram publicados em sua íntegra há sete anos.



Usando câmaras de precisão e focos que não emitem calor ou raios ultravioletas, os cientistas de Israel puderam decifrar capítulos e letras invisíveis ao olho humano. Os rolos de papel, em sua maioria pergaminhos, são as cópias mais antigas da Bíblia em hebraico e incluem textos laicos que datam o século 3 antes de Cristo até o primeiro século depois de Cristo.



Uma equipe de especialistas tirou 4 mil fotografias de algo como 9 mil fragmentos que compõem os documentos, que chegam ao total de 900 rolos. Uma grande parte deles está em exposição permanente no Museu de Israel."Podemos ver os papéis com um detalhe com que não se podia ver antes", disse Simon Tanner, especialista digital do King's College de Londres, encarregado da recompilação dos dados. Os cientistas esperam que a tecnologia avançada de imagem ajude também a preservar melhor os papéis ao detectar qualquer danificação causada por umidade e calor.

(Por Joseph Nasr)

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Aforismos

"Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome."
__Clarice Lispector

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Real Gabinete Português de Leitura


Lindo e imponente, escondido na rua Luís de Camões, só poderia ser. Possui a maior e a mais valiosa biblioteca de obras de autores portugueses fora de Portugal. O seu acervo, inteiramente informatizado, é da ordem de 350.000 volumes. A biblioteca recebe de Portugal, pelo estatuto do "depósito legal", um exemplar das obras publicadas no país. Além de Macau, agora sob a soberania da República Popular da China, e que até há pouco tempo também era beneficiada com o "depósito legal", o Real Gabinete é a única instituição, fora do território português, que mantém aquele privilégio. Dentre as obras mais raras da biblioteca podemos citar a edição "prínceps" de " Os Lusíadas", de 1572, que pertenceu à "Companhia de Jesus"; as "Ordenações de Dom Manuel" por Jacob Cromberger, editadas em 1521; os "Capitolos de Cortes e Leys que sobre alguns delles fizeram", editados em 1539; "A verdadeira informaçam das terras do Preste Joam, segundo vio e escreveo ho padre Francisco Alvarez", de 1540.Possui ainda manuscritos autógrafos do "Amor de Perdição", de Camilo Castelo Branco e o "Dicionário da Língua Tupy, de Gonçalves Dias, além de centenas de cartas de escritores.Corremos para encontrá-lo aberto e mal sabíamos que ele só fecharia uma hora depois. O cooper valeu a pena, pois ver com os próprios olhas esta maravilha, que antes só havia visto por fotografia e televisão, compensou qualquer cansaço. Em 1900, foi transformado em biblioteca pública permitindo a todos acesso a suas paredes cheias de livros, jornais de vários lugares do mundo e belas iconografias.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Festa da Música




Belos Horizontes


Saudades da capital.....


Imagem Artista Plástico Maneco Araújo

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Livros Proibidos

Vale a pena conhecer o site sobre os livros que, por alguma razão, foram proibidos nas escolas, livrarias e bibliotecas. Criado recentemente ele apresenta lista dos livros proibidos, eventos sobre o assunto e links relacionados.
Infos: http://bannedbooksweek.org/

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Biblioteca de Bolso


Bibliotecas entram na era do iPod - Pode ter chegado a hora de tirar da gaveta aquele velho cartão de biblioteca. Na esperança de atrair leitores, as bibliotecas expandiram imensamente suas listas de livros, música e filmes em formato digital que podem ser baixados pelos seus freqüentadores para computadores ou aparelhos de MP3.
E tudo isso a custo zero, o quedifere, por exemplo, do conteúdo baixado no iTunes, da Apple, ou naAmazon.com. Em Phoenix, por exemplo, as bibliotecas da cidade se uniram e criaram uma biblioteca digital que no momento tem cerca de 50 mil títulos delivros eletrônicos, audiobooks, música e vídeos que podem ser "retirados" de qualquer lugar. Assim que os usuários os descobrem, diz Tom Gemberling, bibliotecário de recursos eletrônicos da Biblioteca Pública de Phoenix, o programa muitas vezes se prova imensamente popular.
Não muito tempo atrás, Gemberling visitou uma área de trailers local para conversar sobre o programa com 100 idosos que regularmente viajamem seus trailers e casas móveis. "Eles estavam aplaudindo e celebrando, no final", afirmou o bibliotecário. "Estavam muito animados. Costumam viver em suas casas móveis e, por isso, podem estar na estrada em qualquer parte, e bastaque liguem o computador e se conectem ao catálogo da biblioteca pública de Phoenix para baixar um livro e ouvi-lo enquanto percorrem as estradas". Disponíveis em milhares de bibliotecas dos Estados Unidos, os programas funcionam assim: primeiro, é preciso um cartão de biblioteca e acesso à Web, e alguns softwares que podem ser baixados facilmente - Adobe Digital Editions, Mobipocket Reader ou OverDrive Media Console.Depois disso, basta visitar o site da biblioteca, selecionar alguns títulos, acrescentá-los à sacola digital de livros e apertar o botão dedownload. Caso o título não esteja disponível, o nome pode ser arquivado para futuro download. De acordo com a biblioteca e o título, o item continua no computador por entre uma e três semanas antes de desaparecer, o que significa que o usuário não tem o trabalho de devolver o livro, CD ou DVD à biblioteca.


Fonte: Estadão 08/08/2008

terça-feira, 19 de agosto de 2008

50 do curso de História da UFMG



O projeto 50 Anos de História, que comemora cinco décadas do curso de História da UFMG, promove, até sexta-feira, 22 de agosto, na Reitoria, exposição de documentos, fotos, áudios e banners. O objetivo do projeto do Departamento de História da Fafich é resgatar registros e depoimentos dispersos em muitas formas e lugares e que demonstrem a contribuição que o curso tem oferecido à sociedade e ao debate intelectual brasileiro. A mostra permanece foi aberta no último dia 11.


As comemorações tiveram início ainda em 2007, com a realização do seminário A Universidade e os Cursos de História: O Pensamento Brasileiro no Século 20, que propôs reflexão sobre a criação dos cursos a partir da segunda metade do século passado, responsável por conduzir o pensamento historiográfico a um novo patamar. Seguindo diretrizes do governo federal, a UFMG e outras universidades desdobraram seus cursos de História e Geografia no final dos anos 1950. O curso da UFMG foi criado em 1957 e começou a funcionar de forma independente a partir do primeiro semestre de 1958.


Outras informações sobre o projeto 50 Anos de História podem ser encontradas no site www.fafich.ufmg.br/historia50anos.

Eclipse parcial da Lua - 16/08/2008


quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Livro Ler, viver e amar em Los Angeles


Mestre do universo


Todas as melhores histórias do mundo, na realidade, nada mais são do que uma única história, a história da fuga. É a única coisa que nos interessa a todos e todo o tempo: como fugir.

Arthur Christopher Benson (1862-1925)


As mulheres fazem coisas diferentes quando estão deprimidas. Algumas fumam, outras bebem, outras ligam para o terapeuta, algumas comem. Minha mãe costumava fi car furiosa quando ela e meu pai brigavam e, depois, se embriagava durante dias sem fi m e desaparecia dentro do quarto. Minha irmã era mais do tipo frieza total; dê-lhes um gelo e, nesse meio tempo, devore um bolo gelado Sara Lee de banana. E o que eu faço - o que sempre fi z - é sumir de tudo e de todos, mergulhando em um porre literário que pode durar vários dias.


Eu caio nesse estado por diversas razões. Às vezes é depois de uma briga do tipo "Não agüento mais olhar pra sua cara". Outras vezes, é sintomático do meu estado psicológico, tédio até o último fio de cabelo, minha vida que está bagunçada, e aquele sentimento de medo sempre que me perguntam o que ando fazendo. Como alguém pode colocar todas essas coisas em ordem? Levando tudo em consideração, prefiro ler. É a fuga perfeita.


Tenho todo um ritual para meus porres literários. Primeiro de tudo, abro uma garrafa de um bom vinho tinto. Depois desligo o celular, ligo a secretária eletrônica, reúno todos os livros que tenho a intenção de ler ou reler e ainda não o fi z. Finalmente, encho a banheiracom sais de banho de 30 dólares, dobro uma toalhinha, colocando-a na extremidade da banheira de modo que sirva de apoio para a nuca e ligo a minha música. Tenho um rádio Deco antigo de plástico azul-pálido perto da banheira que comprei em uma liquidaçãode garagem em Hollywood há alguns anos. A coisa mais esquisita: o rádio só consegue captar o sinal de uma única estação AM, que toca clássicos do jazz dos anos 1940 e 50, e é perfeito para mim.


O interior das paredes do meu banheiro é um campo reservado de sonhos e sobre o qual tenho controle total, sou a mestra de meu próprio universo elegantemente delineado. O mundo exterior desaparece aqui, há somente paz e um profundo senso de bem-estar.


A maioria das pessoas em minha vida tem uma visão distorcida disso... Como você pode chamar? Monomania? Excentricidade? Minha irmã, talvez, seja a pessoa mais diplomática de todas. Nós duas sabemos que possuo a tendência de perder minha conexão com a realidade quando me fecho dessa forma. Mas depois ela faz piadas dizendo que sou simplesmente outra bibliômana chata e que o que realmente preciso é de um pouco de ar fresco. Ela sempre foi uma maga com as palavras. Ela me contou que um livro que havia lido, de autoria de Nicholas Basbanes, adequadamente chamado Sobre osgentilmente loucos, afirma que o primeiro uso documentado da palavra bibliomania ocorreu em 1750 quando o quarto conde de Chesterfield enviou uma carta a seu fi lho ilegítimo advertindo-o que seu passatempo destrutivo com os livros deveria ser evitado tal qual "a peste bubônica". Ah, tá.


Eu tiro as roupas e as jogo no chão. Ao caminhar para a banheira, olho para o enorme espelho que vai do chão ao teto cobrindo uma parede inteira. Ai, meu Deus. Espere um minuto. Sabe quando você olha no espelho e está sempre com a mesma aparência até que, de repente, você parece dez anos mais velha? É comum que se perceba isso aos 35 anos. Minha cintura está mais grossa, meus seios estão mais caídos, o início de - mas que droga, isso aí na parte de trás das minhas coxas é celulite? Por que será que você pensa que essa coisa de idade não vai acontecer com você? Ai, veja a parte de trás dos meus cotovelos! Parecem cotovelos de uma senhora idosa, enrugados e com uma protuberância óssea.


Nunca fui capaz de imaginar minha aparência. Já me disseram que chamo atenção. Mas o que isso significa? É algo que as pessoas dizem quando não conseguem fazer os elogios normais, como "você é linda". Pode ser a minha altura, que as deixa desconcertadas. Tenho cerca de 1,80 metro, o que só recentemente virou moda. Também tenho pés enormes. Calço 41 em um dia bom.


Quando eu era jovem, odiava minha silhueta, alta, magra demais, parecendo um palito, que minha mãe descrevia como graciosa. Ela argumentava que minha beleza era especial e que seria apreciada quando eu fi casse mais velha. Apenas se dê algum tempo, ela dizia. Você vai ver. Você vai superar em esplendor todas aquelas outras meninas com corpos de ampulheta. Eu me sentia como Frankie em A convidada do casamento: "Uma aberração... pernas longas demais... ombros estreitos demais... não faço parte de clube algum e não sou membro de nada neste mundo".


Não era somente a minha aparência. Eu sempre me senti esquisita, a exceção em um mundo no qual, eu imaginava, todas as outras famílias eram normais e felizes. Virginia e eu suportamos os segredos e a vergonha de um pai ausente e uma mãe alcoólatra, e os poucos amigos que eu tinha, mantinha a distância, sempre aliviada quando eles nãovinham me visitar. A questão era que eu tinha vergonha do fato de que minha mãe não conseguia lutar, e em alguns aspectos, ela passou isso para mim.


Fechei os olhos e entrei na banheira. Propositadamente deixei a água escaldante e, quando mergulhei o pé, os dedos ficaram vermelhos e começaram a doer. Quente demais. Adicionei um pouco de água fria, deixando a água correr pelos meus dedos enquanto ouvia uma versão ruim de Coltrane detonando "Love Supreme". Paul Desmond disse uma vez que ouvir jazz de fi m de noite é como tomar Martini extra-seco. Acho que ele tem razão.


Tornei a enfiar o pé na água e então relaxei o corpo na banheira. Ainda muito quente. Girei a torneira com os dedos dos pés, adicionando mais água fria. Isso. Perfeito. Escolhi O trânsito de Vênus, um romance obscuro de Shirley Hazzard, cujo livro mais recente, O grande incêndio, tornou-se um dos favoritos dos clubes de livros. A premissa é fascinante. É sobre duas lindas irmãs órfãs cujas vidas estão predestinadas como a rotação dos planetas. Tentei me concentrar. A prosa é densa e complexa; eu vivia tendo que reler parágrafos inteiros. Comecei a devanear e me perdi. Isso não está funcionando. Basicamente, ainda estou deprimida.

"LER, VIVER E AMAR EM LOS ANGELES"

Autoras: Jennifer Kaufman e Karen Mack

Editora: Casa da Palavra

Tradução: Rogéria Pereira da Silva

Preço: R$ 39,00

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Cordas

O que mais nos prende e estrangula,
são as laçadas que damos em torno de nós mesmos.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Informação que dá voltas - Juan Manoel Pineda

Quem disse que os bibliotecários são pessoas obscuras, ignoradas, que passam a vida em uma biblioteca, sem pena e sem glória?

Vejam que interessante este texto escrito por um bibliotecário costarriquenho chamado Alvaro Perez: Hoje me encontrei com um colega na Biblioteca Carlos Monge Alfaro. Dizia-me ele que nós, bibliotecários, podemos ganhar dinheiro, pois lidamos com a informação. Por dinheiro referia-se a uma quantidade considerável, não uns centavinhos.

Disse-lhe que escreveria sobre a vida de bibliotecário famosos, esperando assim encontrar uma relação entre a informação que manejamos e o que poderíamos ganhar como bibliotecários.Desafortunadamente, após a investigação, não apareceram como bibliotecários pessoas como Bill Gates, Nelson Rockfeller, Howard Hughes Ford, etc. É certo que trabalhamos com informação, mas no mais das vezes não a vinculamos a conhecimento.

O conhecimento, como tal, inclui o obsoleto e também aquele que faz a diferença entre uma sociedade e outra, entre uma pessoa e outra.Na realidade este tema é bastante amplo e prefiro parar aqui. Tudo é informação, mas informação que se traduza em muito dinheiro, isso é outra coisa.O que têm em comum as seguintes pessoas famosas: Casanova, J. Edgar Hoover e Mao Tsé-Tung?Se a resposta for que eles trabalharam anonimamente em algum momento de suas carreiras, estará parcialmente correta. Em algum momento de suas vidas eles trabalharam em bibliotecas. São bibliotecários famosos, ainda que não como bibliotecários.

Os bibliotecários são especialistas em localizar, adquirir e armazenar e recuperar informação, mas não é isso o que fazem todos os dias? Muita gente famosa trabalhava em biblioteca ou estava relacionada com sua implantação e desenvolvimento.Casanova atuou por 13 anos como bibliotecário no castelo do Conde Waldstein, na Boêmia, provavelmente baseado no lema de que 'os bibliotecários são apaixonados por novelas'.Hoover trabalhou como catalogador da Biblioteca do Congresso por cinco anos antes de se transferir para seu emprego mais conhecido, de diretor do FBI.Mao passou um tempo na seção de periódicos da biblioteca da Universidade de Beijing antes de ser presidente do Partido Comunista Chinês.

Os livros têm sido vistos como fontes de idéias perigosas. As longas horas que Marx passou na biblioteca do Museu Britânico são um recorde (visto em número de horas). Esse é um exemplo da influência do bibliotecário e da biblioteca na área política. Engels, colaborador de Marx, também trabalhou em bibliotecas. Antonio Panizzi, político italiano exilado na Inglaterra, chegou a ser bibliotecário-chefe da biblioteca do museu Britânico. De volta à Itália, foi senador.As bibliotecárias servem de ilustração para dizer que atrás de um grande homem há uma grande mulher.Nadezhda Krupskaia fundou o sistema bibliotecário soviético. Além disso, escreveu e fez palestras sobre a importância das bibliotecas e da leitura na sociedade socialista. Foi uma figura importante na Revolução Russa, além de esposa de Lenin.Também famosa foi Golda Meir, bibliotecária em uma biblioteca pública em Milwualkee e em seguida primeira-ministro de Israel.

O novelista inglês John Briane também foi bibliotecário em uma biblioteca pública.Jorge Luis Borges, que bem merecera o Prêmio Nobel de Literatura, trabalhou como bibliotecário até ser despedido pela ditadura Perón. Mais tarde foi nomeado diretor da biblioteca nacional de seu país (Argentina).Outras figuras importantes a citar: o novelista sueco August Strindberg, o multitalentoso Goethe e os irmãos Grimm. O compositor francês Berlioz (30 anos no Conservatório da Biblioteca de Paris) é o melhor bibliotecário artista conhecido.E o que dizer da Igreja?São Benedito foi importante no desenvolvimento de bibliotecas monásticas, começando com a de Monte Cassino. Mas ele não estava só: ao menos seis papas trabalharam em bibliotecas: Marcelo II (1555), Nicolás V (1447-55), Paulo V (1605-21), Pio II (1458-64), Pio VII (1800-23) e Pio XI (1922-39).Os filósofos Hume e Kant eram bibliotecários. Alexander Solzhenitsyn foi bibliotecário na prisão, enquanto cumpria sua sentença por criticar Stalin.



Juan Manoel Pineda, bibliotecário de referencia do Instituto Universitário de Córdoba, ArgentinaTradução de Elieser Marques
(Fonte: http://www.library.usina.edu.au/papers/famouslb.htm)

terça-feira, 29 de julho de 2008

Protocolos Ficcionais - Umberto Eco


De qualquer modo, não deixamos de ler histórias de ficção porque nelas que procuramos uma fórmula para dar sentido a nossa existência. Afinal, ao longo de nossa vida buscamos uma história de nossas origens que nos diga por que nascemos por que vivemos. Às vezes procuramos uma história cósmica, a história do universo, ou nossa história pessoal. Às vezes, nossa história pessoal coincide com a história do universo.

Aconteceu comigo, conforme atesta a seguinte narrativa natural:

Há alguns meses fui convidado a visitar o Museu da Ciência de La Corunã, na Galícia. Ao final da visita, o curador anunciou que tinha uma surpresa para mim e me conduziu ao planetário. Um planetário sempre é um lugar sugestivo de estar num deserto sob um céu estrelado. Mas naquela noite algo especial me aguardava.

De repente, a sala ficou inteiramente às escuras, e ouvi um lindo acalanto de Manuel de Falla. Lentamente (embora um pouco mais depressa do que na realidade, já que a apresentação durou ao todo quinze minutos) o céu sobre a minha cabeça se pôs a rodar. Era o céu que aparecera sobre a minha cidade natal – Alessandria, na Itália – na noite de 5 para 6 de janeiro de 1932, quando nasci. Quase hiper-realisticamente vivenciei a primeira noite de minha vida.

Vivenciei-a pela primeira vez, pois não tinha visto essa primeira noite. Provavelmente, nem minha mãe a viu, exausta como estava depois de me dar à luz; mas talvez meu pai a tenha visto a sair para o terraço um pouco agitado com o fato maravilhoso (ao menos para ele) que testemunhara e ajudara a produzir.

O planetário usava o artifício mecânico que se pode encontrar em muitos lugares. Outras pessoas talvez tenham passado por uma experiência semelhante. Mas vocês hão de me perdoar que durante aqueles quinze minutos tive a impressão de ser o único homem desde do início dos tempos que havia tido o privilégio de encontrar com seu próprio começo. Eu estava tão feliz que tive a sensação – quase o desejo – de que podia, deveria morrer naquele exato momento e que qualquer outro momento seria inadequado. Teria morrido alegremente, pois vivera a mais bela história que li em toda a minha vida. Talvez eu tivera encontrado a história que todos nós procuramos nas páginas dos livros e nas telas dos cinemas: uma história na qual a estrela e eu éramos protagonistas. Era ficção porque a história fora reinventada pelo curador, era História porque recontava o que aconteceu no cosmos num momento do passado; era real porque eu era real e não uma personagem de romance. Por um instante, fui leitor-modelo do Livro dos Livros.

Aquele foi um bosque da ficção que eu gostaria de nunca ter deixado.

Mas como a vida é cruel, para vocês e para mim, aqui estou.


Fonte: ECO, Humberto. Seis passeios pelos bosques da ficção. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Biblioteca Secreta



Uma biblioteca secreta, escondida dentro da oficial. Assim é o Inferno, acervo oculto que resguarda livros tidos como imorais, malditos, proibidos. Na Biblioteca Nacional (BN), a maior do país, o Inferno era, há muito, esparramado. Mais limbo, até: feito de livros como que invisíveis, intencionalmente de fora dos registros, escondidos em prateleiras convencionais. Pois agora, finalmente, o Inferno está virando coleção. Por lá, já estão obras como O menino do Gouveia, considerado o primeiro conto homoerótico brasileiro. E uma edição de Minha luta, o livro proibido de Adolf Hitler. Se não tivessem sido incorporados ao acervo secreto, teriam queimado no fogo da censura. O Inferno os salvou. Mas só agora, pouco a pouco, têm conseguido deixar a clandestinidade. Até o dia 22 de agosto, parte do Inferno da BN pode ser visto pelo público, na mostra "Homoerotismo: prazer entre iguais". A exposição reúne cerca de 20 livros – uma primeira amostragem do que seria o Inferno restaurado.


Obras Raras e Homoerotismo
Exposição de livros da Divisão de Obras Raras de 07 de julho a 22 de agosto de 2008
das 10 às 16 horas - Exposição de conteúdo adulto


quinta-feira, 24 de julho de 2008

Ilha Grande (RJ)


Um pedaço do paraíso...

quinta-feira, 17 de julho de 2008

terça-feira, 15 de julho de 2008

O Nascimento do prazer - Clarice Lispector

O prazer nascendo dói tanto no peito que se prefere sentir a habituada dor ao insólito prazer. A alegria verdadeira não tem explicação possível, não tem a possibilidade de ser compreendida - e se parece com o início de uma perdição irrecuperável. Esse fundir-se total é insuportavelmente bom - como se a morte fosse o nosso bem maior e final, só que não é a morte, é a vida incomensurável que chega a se parecer com a grandeza da morte. Deve-se deixar-se inundar pela alegria aos poucos - pois é a vida nascendo. E quem não tiver força, que antes cubra cada nervo com uma película protetora, com uma película de morte para poder tolerar a vida. Essa película pode consistir em qualquer ato formal protetor, em qualquer silêncio ou em várias palavras sem sentido.
Pois o prazer não é de se brincar com ele.
Ele e nós.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Livro: A Cegueira e o Saber - Affonso Romano de Sant'Anna

Ler (ou reler) as "crônicas culturais" de Affonso , como ele mesmo as denomina, sem ter que esperar por elas em jornais ou revistas, é um renovado prazer propiciado por este livro. A reconhecida lucidez do poeta e professor de literatura serve de leme para quem se interessa por "entender a ´contemporaneidade´ e rever a tradição". Nas seis primeiras crônicas, que dão título ao livro, o autor seleciona lendas, mitos e textos literários sobre o "intrigante tópico da cegueira e do (não) saber", como o Ensaio sobre a cegueira, de Saramago, Em terra de cego, conto de H. G. Wells, A carta roubada, de Poe, A nova roupa do imperador, de Andersen, entre outros, para apresentar os vários aspectos do ver e do não-ver - a cegueira como uma praga temporária, a visão arrogante que não enxerga o óbvio, o pacto social em torno do não-ver, a sabedoria que ilumina a vida interior, o desafio de ver o mundo com novos olhos. O estilo agradável, lúcido e didático de Affonso Romano de Sant´Anna conduzirá o leitor a um prazeroso mergulho em suas crônicas, uma após outra, descobrindo os percalços de uma carreira de escritor às voltas com a folha em branco ou com as recusas dos editores à publicação. Como surge uma obra literária? Como fazer emergir a poesia? Como publicar e ter sucesso? Estas são algumas das muitas questões que o autor considera "perguntas simples, respostas complexas". Para auxiliá-lo nas respostas, apresenta aos leitores o trabalho do escritor italiano, Mario Baudino, com o livro

A grande recusa, que conta a história de rejeições, por parte das editoras, a grandes escritores, como Scott Fitzgerald, James Joyce, D. H. Lawrence, Hemingway e muitos outros. "E, entre tantos casos da literatura moderna, dois se tornaram célebres: as recusas de Em busca do tempo perdido, de Proust, e O Gattopardo, de Tomasi de Lampedusa." Esta descoberta certamente levará o leitor/escritor a "se espantar e até se sentir estimulado a continuar recebendo negativas sem tanto sofrimento". Há, ainda, dois aspectos do livro de Affonso Romano de Sant´Anna que merecem ser realçados. Primeiramente, por não se considerar um crítico literário, sua evidente intenção é despertar a sensibilidade e a lucidez dos leitores em relação aos autores que apresenta em suas crônicas, o que ele faz com indiscutível delicadeza, prenunciando o prazer dessas leituras. O outro aspecto é a sua indisfarçável paixão por viagens, que contagia o leitor com as vivas descrições dos locais que simplesmente visita ou para onde vai declamar seus poemas, como na crônica No Chile de Neruda. E, em algum momento, ensina que "a arte de viajar tem que envolver todos os sentidos. Por isso é que a sensualidade e o amor podem transformar a arte de viajar numa arte maior".


Link com alguns textos do livro:

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