segunda-feira, 31 de março de 2008

sexta-feira, 28 de março de 2008

Ética para meu Filho


Há ciências que estudamos por simples interesse de saber coisas novas; outras, para adquirir uma habilidade que nos permita fazer ou utilizar alguma coisa; a maioria, para conseguir um trabalho e ganhar a vida com ele. Se não sentirmos curiosidade nem necessidade de realizar esses estudos, poderemos prescindir deles tranqüilamente. Há uma infinidade de conhecimentos muito interessantes mas sem os quais podemos nos arranjar muito bem para viver. Eu, por exemplo, lamento muito não ter nem idéia de astrofísica ou de marcenaria, que dão tanta satisfação a outras pessoas, embora essa ignorância nunca me tenha impedido de ir sobrevivendo até hoje. E você, se não me engano, conhece as regras do futebol mas é bem fraco em beisebol. Não tem maior importância, você desfruta os campeonatos mundiais, dispensa olimpicamente a liga americana e todo o mundo sai satisfeito.


O que eu quero dizer é que certas coisas a pessoa pode aprender ou não, conforme sua vontade. Como ninguém é capaz de saber tudo, o remédio é escolher e aceitar com humildade o muito que ignoramos. É possível viver sem saber astrofísica, marcenaria, futebol e até mesmo sem saber ler e escrever: vive-se pior, decerto, mas vive-se. No entanto, há outras coisas que é preciso saber porque, por assim dizer, são fundamentais para nossa vida.


É preciso saber, por exemplo, que saltar de uma varanda do sexto andar não é bom para a saúde; ou que uma dieta de pregos (perdoem-me os faquires!) e ácido prússico não nos permitirá chegar à velhice. Também não é aconselhável ignorar que, se dermos um safanão no vizinho cada vez que cruzarmos com ele, mais cedo ou mais tarde haverá conseqüências muito desagradáveis. Pequenezas desse tipo são importantes. Podemos viver de muitos modos, mas há modos que não nos deixam viver.


Em resumo, entre todos os saberes possíveis existe pelo menos um imprescindível: o de que certas coisas nos convêm e outras não. Certos alimentos não nos convêm, assim como certos comportamentos e certas atitudes. Quero dizer, é claro, que não nos convêm se desejamos continuar vivendo. Se alguém quiser arrebentar-se o quanto antes, beber lixívia poderá ser muito adequado, ou também cercar-se do maior número possível de inimigos. Mas, de momento, vamos supor que preferimos viver, deixando de lado, por enquanto, os respeitáveis gostos do suicida. Assim, há coisas que nos convêm, e o que nos convém costumamos dizer que é “bom”, pois nos cai bem; outras, em compensação, não nos convêm, caem-nos muito mal, e o que não nos convém dizemos que é “mau”. Saber o que nos convém, ou seja, distinguir entre o bom e o mau, é um conhecimento que todos nós tentamos adquirir – todos, sem exceção – pela compensação que nos traz.


Como afirmei antes, há coisas boas e más para a saúde: é necessário saber o que devemos comer, ou que o fogo às vezes aquece e outras vezes queima, ou ainda que a água pode matar a sede e também nos afogar. No entanto, às vezes as coisas não são tão simples: certas drogas, por exemplo, aumentam nossa energia ou produzem sensações agradáveis, mas seu abuso contínuo pode ser nocivo. Em alguns aspectos são boas, mas em outros são más: elas nos convêm e ao mesmo tempo não nos convêm. No terreno das relações humanas, essas ambigüidades ocorrem com maior freqüência ainda. A mentira é, em geral, algo mau, porque destrói a confiança na palavra – e todos nós precisamos falar para viver em sociedade – e provoca inimizade entre as pessoas; mas às vezes pode parecer útil ou benéfico mentir para obter alguma vantagem, ou até para fazer um favor a alguém.


Por exemplo, é melhor dizer ao doente de câncer incurável a verdade sobre seu estado, ou deve-se enganá-lo para que ele viva suas últimas horas sem angústia? A mentira não nos convém, é má, mas às vezes parece acabar sendo boa. Procurar briga com os outros, como já dissemos, em geral é inconveniente, mas devemos consentir que violentem uma garota diante de nós sem interferir, sob pretexto de não nos metermos em confusão? Por outro lado, quem sempre diz a verdade – doa a quem doer – costuma colher a antipatia de todo o mundo; e quem interfere ao estilo Indiana Jones para salvar a garota agredida tem maior probabilidade de arrebentar a cabeça do que quem segue para casa assobiando. O que é mau às vezes parece ser mais ou menos bom e o que é bom tem, em certas ocasiões, aparência de mau. Haja confusão![...]


Resumindo: ao contrário de outros seres, animados ou inanimados, nós homens podemos inventar e escolher, em parte, nossa forma de vida. Podemos optar pelo que nos parece bom, ou seja, conveniente para nós, em oposição ao que nos parece mau e inconveniente. Como podemos inventar e escolher, podemos nos enganar, o que não acontece com os castores, as abelhas e as formigas. De modo que parece prudente atentarmos bem para o que fazemos, procurando adquirir um certo saber-viver que nos permita acertar. Esse saber-viver, ou arte de viver, se você preferir, é o que se chama de Ética.


Fernando Savater, in Ética para meu filho

quinta-feira, 27 de março de 2008

One Art - Elizabeth Bishop

The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.

- Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.

terça-feira, 25 de março de 2008

segunda-feira, 24 de março de 2008

Ai Daqueles - Paulo Leminski



Ai daqueles
que se amaram sem
nenhuma briga

aqueles que deixaram que a mágoa nova
virasse chaga antiga

ai daqueles que se amaram
sem saber que amar é feito pão em casa

e que a pedra só não voa
porque não quer
não por que não tem asa.

quinta-feira, 20 de março de 2008

quarta-feira, 19 de março de 2008

REFLEXIVO

O que não escrevi, calou-me.
O que não fiz, partiu-me.
O que não senti, doeu-se.
O que não vivi, morreu-se.
O que adiei, adeus-se.


Affonso Romano de Sant'Anna
Do livro: "Intervalo amoroso e outros poemas escolhidos", L&PM, 1999.

terça-feira, 18 de março de 2008

Beijo na Boca - Martha Medeiros

Uma vez a atriz e cineasta Carla Camuratti declarou, numa entrevista, que um bom beijo é melhor do que uma transa insossa. Quando a escutei dizendo isso, pensei: "então não sou só eu". Estou com Carla: o beijo é a parte mais importante da relação física entre duas pessoas, e se ele não funcionar, pode desistir do resto.

A Editora Mandarim acaba de lançar um livro que reúne ensaios de diversos intelectuais a respeito do assunto. O nome do livro é O Beijo - Primeiras Lições de Amor, História, Arte e Erotismo. Os autores discutem o beijo materno, o beijo nos contos-de-fadas, o beijo traiçoeiro de Judas, os primeiros beijos impressos em cartazes, o beijo na propaganda, o mais longo beijo do cinema e todas as suas simbologias. Às vezes o livro fica prolixo demais, mas ainda assim é um assunto tentador. Procure-o nas melhores casas do ramo. O livro, porque beijo não está à venda.

Todo mundo sonha com aquele beijo made in Hollywood, que tira o fôlego e dá início a um romance incandescente. Pena que nem sempre isso aconteça na vida real. O primeiro beijo entre um casal costuma ser suave, investigativo, decente. Aos pouquinhos, no entanto, acende-se a labareda e as bocas dizem a que vieram. Existe um prazo para isso acontecer: entre cinco minutos depois do primeiro roçar de lábios até, no máximo, cinco dias. Neste espaço de tempo, ainda compreende-se que os beijos sejam vacilantes: tratam-se de duas pessoas criando um vínculo e testando suas reações. Mas se a decência persistir, não espere ver estrelinhas na etapa seguinte. A química não aconteceu.

Beijo é maravilhoso porque você interage com o corpo do outro sem deixar vestígios, é um mergulho no escuro, uma viagem sem volta. Beijo é uma maneira de compartilhar intimidades, de sentir o sabor de quem se gosta, de dizer mil coisas em silêncio. Beijo é gostoso porque não cansa, não engravida. Beijo é prático porque não precisa tirar a roupa, não precisa sair da festa, não precisa ligar no dia seguinte. E sem essa de que beijo é insalubre porque troca-se até 9 miligramas de água, 0,7 grama de albumia, 0,18 de substâncias orgânicas, 0,711 miligrama de matérias gordurosas e 0,45 miligrama de sais, sem contar os vírus e as bactérias. Quem está preocupado com isso? Insalubre é não amar.

Kairos

Saudade não se fabrica, saudade é presente no ausente, é constante, é cheio de vazio.
Não é feita de tijolos de lembranças, nem de pingos de suor.

É de pedras no meio do caminho, de poeira de sol, de estrelas no céu, de conta-gotas de mar. Saudade é concreta, saudade é companheira. É coisa, palpável, não se lava, se carrega consigo, como uma roupa que nunca se despe.

De vez em quando a saudade te engana, diz que vai embora. Aí fica escondida atrás da porta, só te esperando voltar da rua, pra te ver nua e exausta e frágil e sem graça. Te assusta quando te toma de assalto, pula em frente e te rouba tudo o que é mais seguro.

Invade sua bolsa de pele humana, e te torna menos gente do que já é. Explode em sua cara santa um sorriso sarcástico, te nega, te condena, te oprime. É amiga dos minutos, daqueles em que não se tem nada pra fazer. É silenciosa no chegar e alarmante no ficar. É bicho, renegado, nunca se vê mas sempre te segue como uma sombra na penumbra.Nunca vai embora? Nunca se supre? Não se substitui? Apenas permanece ali, perene, quieta, latente.

Enchente nos períodos de pororoca emocional, chuvas intermitentes que assolam a região do pensar, o vale do sonhar, e o norte do estado do vagar. Até que vem a seca que te resseca por dentro, te suga as energias todas e te fazem sucumbir a ela, a saudade, novamente.


Um broto verde surge em meio à lama do rio seco. Um fio de teia de aranha se enfeita de orvalho, como um colar de pérolas no colo de uma moça da realeza. E a libélula pisca os olhos – se é que libélulas piscam os olhos – e se lembra que viver é sofrer, viver é doer, é sentir, é sonhar, é morrer a cada segundo e ressuscitar no instante seguinte ao inspirar perfume de gardênias, mel em flor e baunilha fresca!

Peço licença aos meus devaneios e me pego a caminhar por entre praças, ruas e carros.
Algumas buzinas e gotas da chuva que já vem. Nem me importo.
Estou na chuva é pra me molhar.

(num dia de março de dois mil e oito)

segunda-feira, 17 de março de 2008

Iluminuras



Iluminura - do latim "illuminare", "preencher com luz ou iluminar". Uma pintura em um manuscrito que "acende" a página com cores radiantes, especialmente com o fulgor do ouro e da prata.


Antes de Gutemberg os livros eram feitos à mão, o que garantia pouquíssimas cópias, mas primorosos trabalhos de artistas que decoravam as páginas dos manuscritos com belíssimos desenhos, chamados de iluminuras. O apogeu desta arte ocorreu entre 1470 e 1560, em livros produzidos na região de Flandres, que hoje é parte da Bélgica e da França. A iluminura flamenga produziu alguns dos mais belos trabalhos de arte da Renascença, revolucionando a aparência das páginas ilustradas, com técnicas que dominavam inteiramente o uso da luz e de texturas. O Jean Paul Getty Museum, em Los Angeles, está apresentando até o dia 7 de setembro deste ano a exposição "Iluminando a Renascença", reunindo pela primeira vez os melhores trabalhos dos iluministas flamengos.

Eu




Sou de Minas Gerais. Amo o Rio de Janeiro.
Detesto gente sem humor.
Já fui Bailarina.
Amo Chico Buarque.
Moro em Beagá.
Tenho dificuldade em dizer não.
Já torci o pé.
Tenho ótima memória para nomes.
Eu amo música.
Cozinho muito bem.
Sempre fiz coleção.
Encantei com Sampa.
Adoro ajudar meus amigos se algo estiver a meu alcance.
Já torci o joelho.
Sou lenta para revidar.
Adoro cores.
Sou pontual.
Torro pequenas fortunas em livros.
Adoro dançar.
Não suporto Rave.
Sou irônica.
Amo Matisse.
Preciso ficar sozinha.
Gosto do Flamengo. Torço pelo Cruzeiro.
Não gosto de ar condicionado. Adoro vinho.
Sou esganada.
Amo Affonso Romano de Sant'Anna.
Tento tocar violão.
Tenho lábios lindos.
Conheço e reconheço as pessoas pela voz.
Não tolero desperdício.
Já fui ginasta.
Amo Drummond.
Detesto remédio.
Adoro queijo minas.
Não vivo sem água.
Durmo bem menos do que gostaria.
Adoro mistério.
Adoro azul, lilás e vermelho.
Nunca fumei.
Tenho superstição.
A primeira palavra que eu li foi "trem".
Adoro dar gargalhadas.
Sou perdida por gente doida.
Não sei viver sem frutas.
Adoro juntar quinquilharias.
Sou dançarina.
Detesto gente deslumbrada.
Já fui uma míope.
Adio decisões muito importantes.
Calço 36.
Adoro a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira.
Eu sempre digo sim.
Sou louca por flores.
Fiquei curada de um antigo amor.
Amo o Clube da Esquina.

Dizem que eu mudo muito...

Excelentes começos de livros . . .

"Haverá, ainda, histórias possíveis?"
Dürrenmatt, A pane: uma história ainda possível

"Todas as famílias felizes são parecidas entre si, mas as infelizes são infelizes cada uma a sua maneira."
Tolstoi, Anna Karenina.

"Tudo no mundo começou com um sim."
Clarice Lispector, A hora da estrela.

"À sombra da casa, ao sol da ribeira, perto dos barcos, na penumbra do salgueiral, ao pé da figueira, criou-se Sidarta."
Hermann Hesse, Sidarta

"O verbo ler não suporta o imperativo."
Daniel Pennac, Como um romance

"Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranqüilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso."
Kafka, A metamorfose.

"Call me Ishmael"
Melville, Moby Dick"

"Me chame de Ismael e eu não atenderei. Meu nome é Estevão."
Luis Fernando Veríssimo, O Jardim do diabo.

"Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo."
Gabriel García Márquez, Cem anos de solidão.

"Se querem mesmo ouvir o que aconteceu, a primeira coisa que vão querer saber é onde eu nasci, como passei a porcaria da minha infância, o que meus pais faziam antes que eu nascesse e toda essa lenga-lenga tipo David Copperfield, mas, para dizer a verdade, não estou com vontade de falar sobre isso"
J.D. Salinger, O Apanhador no campo de centeio.

"Hoje, mamãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem. "
Albert Camus, O estrangeiro.

"Aos dezesseis anos matei meu professor de lógica. Invocando a legítima defesa - e qual defesa seria mais legítima? - logrei ser absolvido por 5 votos contra 2, e fui morar sob uma ponte do Sena, embora nunca tenha estado em Paris."
Campos de Carvalho, A lua vem da Ásia.

"Alice começava a enfadar-se de estar sentada no barranco junto à irmã e não ter nada que fazer: uma ou duas vezes espiara furtivamente o livro que ela estava lendo, mas não tinha figuras nem diálogos, 'e de que serve um livro' - pensou - 'sem figuras nem diálogos'?"
Lewis Carol, Alice no país das maravilhas.

"-Nonada. Tiros que o senhor ouviu foram de briga de homem não, Deus esteja. "
João Guimarães Rosa, Grande sertão, veredas.

"Queimar era um prazer. "
Ray Bradbury, Fahrenheit 451.

"No princípio era o Verbo"
Evangelho Segundo São joão.

A dor que dói mais - Martha Medeiros



Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dói. Bater a cabeça na quina da mesa, dói. Morder a língua, dói. Cólica, cárie e pedra no rim também doem. Mas o que mais dói é saudade. Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Dói essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o escritório e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.


Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripandono inverno, não saber mais se ela continua pintando o cabelo de vermelho.Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu, não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango assado, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Coca-cola, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua surfando, se ela continua lhe amando. Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se ele esta com outra, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela esta mais magra, se ele esta mais belo.Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim, doer.


Caminhos Possíveis



“Não se afobe não que nada é pra já o amor não tem pressa ele pode esperar em silêncio”
Chico Buarque


Um olhar para o horizonte
Para não nos enganarmos
Na caminhada

Um olhar para o horizonte
Para ouvir o que a emoção
Quer nos contar

Um olhar para o horizonte
Para ver além do que a razão
Insiste em nos mostrar.

Um olhar para o horizonte
Para tentar desvendar
Todos os mistérios

Um olhar para o horizonte
Para ter a serenidade da espera

Um olhar para o horizonte
Para ter o desprendimento que
Só os que já amaram e já perderam têm

Um olhar para o horizonte
Para tentar ver quanto que o
Tempo leva

e me levará
Até você.
(num dia de setembro de dois mil e sete)
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