sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Aforismos

"Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome."
__Clarice Lispector

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Real Gabinete Português de Leitura


Lindo e imponente, escondido na rua Luís de Camões, só poderia ser. Possui a maior e a mais valiosa biblioteca de obras de autores portugueses fora de Portugal. O seu acervo, inteiramente informatizado, é da ordem de 350.000 volumes. A biblioteca recebe de Portugal, pelo estatuto do "depósito legal", um exemplar das obras publicadas no país. Além de Macau, agora sob a soberania da República Popular da China, e que até há pouco tempo também era beneficiada com o "depósito legal", o Real Gabinete é a única instituição, fora do território português, que mantém aquele privilégio. Dentre as obras mais raras da biblioteca podemos citar a edição "prínceps" de " Os Lusíadas", de 1572, que pertenceu à "Companhia de Jesus"; as "Ordenações de Dom Manuel" por Jacob Cromberger, editadas em 1521; os "Capitolos de Cortes e Leys que sobre alguns delles fizeram", editados em 1539; "A verdadeira informaçam das terras do Preste Joam, segundo vio e escreveo ho padre Francisco Alvarez", de 1540.Possui ainda manuscritos autógrafos do "Amor de Perdição", de Camilo Castelo Branco e o "Dicionário da Língua Tupy, de Gonçalves Dias, além de centenas de cartas de escritores.Corremos para encontrá-lo aberto e mal sabíamos que ele só fecharia uma hora depois. O cooper valeu a pena, pois ver com os próprios olhas esta maravilha, que antes só havia visto por fotografia e televisão, compensou qualquer cansaço. Em 1900, foi transformado em biblioteca pública permitindo a todos acesso a suas paredes cheias de livros, jornais de vários lugares do mundo e belas iconografias.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Festa da Música




Belos Horizontes


Saudades da capital.....


Imagem Artista Plástico Maneco Araújo

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Livros Proibidos

Vale a pena conhecer o site sobre os livros que, por alguma razão, foram proibidos nas escolas, livrarias e bibliotecas. Criado recentemente ele apresenta lista dos livros proibidos, eventos sobre o assunto e links relacionados.
Infos: http://bannedbooksweek.org/

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Biblioteca de Bolso


Bibliotecas entram na era do iPod - Pode ter chegado a hora de tirar da gaveta aquele velho cartão de biblioteca. Na esperança de atrair leitores, as bibliotecas expandiram imensamente suas listas de livros, música e filmes em formato digital que podem ser baixados pelos seus freqüentadores para computadores ou aparelhos de MP3.
E tudo isso a custo zero, o quedifere, por exemplo, do conteúdo baixado no iTunes, da Apple, ou naAmazon.com. Em Phoenix, por exemplo, as bibliotecas da cidade se uniram e criaram uma biblioteca digital que no momento tem cerca de 50 mil títulos delivros eletrônicos, audiobooks, música e vídeos que podem ser "retirados" de qualquer lugar. Assim que os usuários os descobrem, diz Tom Gemberling, bibliotecário de recursos eletrônicos da Biblioteca Pública de Phoenix, o programa muitas vezes se prova imensamente popular.
Não muito tempo atrás, Gemberling visitou uma área de trailers local para conversar sobre o programa com 100 idosos que regularmente viajamem seus trailers e casas móveis. "Eles estavam aplaudindo e celebrando, no final", afirmou o bibliotecário. "Estavam muito animados. Costumam viver em suas casas móveis e, por isso, podem estar na estrada em qualquer parte, e bastaque liguem o computador e se conectem ao catálogo da biblioteca pública de Phoenix para baixar um livro e ouvi-lo enquanto percorrem as estradas". Disponíveis em milhares de bibliotecas dos Estados Unidos, os programas funcionam assim: primeiro, é preciso um cartão de biblioteca e acesso à Web, e alguns softwares que podem ser baixados facilmente - Adobe Digital Editions, Mobipocket Reader ou OverDrive Media Console.Depois disso, basta visitar o site da biblioteca, selecionar alguns títulos, acrescentá-los à sacola digital de livros e apertar o botão dedownload. Caso o título não esteja disponível, o nome pode ser arquivado para futuro download. De acordo com a biblioteca e o título, o item continua no computador por entre uma e três semanas antes de desaparecer, o que significa que o usuário não tem o trabalho de devolver o livro, CD ou DVD à biblioteca.


Fonte: Estadão 08/08/2008

terça-feira, 19 de agosto de 2008

50 do curso de História da UFMG



O projeto 50 Anos de História, que comemora cinco décadas do curso de História da UFMG, promove, até sexta-feira, 22 de agosto, na Reitoria, exposição de documentos, fotos, áudios e banners. O objetivo do projeto do Departamento de História da Fafich é resgatar registros e depoimentos dispersos em muitas formas e lugares e que demonstrem a contribuição que o curso tem oferecido à sociedade e ao debate intelectual brasileiro. A mostra permanece foi aberta no último dia 11.


As comemorações tiveram início ainda em 2007, com a realização do seminário A Universidade e os Cursos de História: O Pensamento Brasileiro no Século 20, que propôs reflexão sobre a criação dos cursos a partir da segunda metade do século passado, responsável por conduzir o pensamento historiográfico a um novo patamar. Seguindo diretrizes do governo federal, a UFMG e outras universidades desdobraram seus cursos de História e Geografia no final dos anos 1950. O curso da UFMG foi criado em 1957 e começou a funcionar de forma independente a partir do primeiro semestre de 1958.


Outras informações sobre o projeto 50 Anos de História podem ser encontradas no site www.fafich.ufmg.br/historia50anos.

Eclipse parcial da Lua - 16/08/2008


quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Livro Ler, viver e amar em Los Angeles


Mestre do universo


Todas as melhores histórias do mundo, na realidade, nada mais são do que uma única história, a história da fuga. É a única coisa que nos interessa a todos e todo o tempo: como fugir.

Arthur Christopher Benson (1862-1925)


As mulheres fazem coisas diferentes quando estão deprimidas. Algumas fumam, outras bebem, outras ligam para o terapeuta, algumas comem. Minha mãe costumava fi car furiosa quando ela e meu pai brigavam e, depois, se embriagava durante dias sem fi m e desaparecia dentro do quarto. Minha irmã era mais do tipo frieza total; dê-lhes um gelo e, nesse meio tempo, devore um bolo gelado Sara Lee de banana. E o que eu faço - o que sempre fi z - é sumir de tudo e de todos, mergulhando em um porre literário que pode durar vários dias.


Eu caio nesse estado por diversas razões. Às vezes é depois de uma briga do tipo "Não agüento mais olhar pra sua cara". Outras vezes, é sintomático do meu estado psicológico, tédio até o último fio de cabelo, minha vida que está bagunçada, e aquele sentimento de medo sempre que me perguntam o que ando fazendo. Como alguém pode colocar todas essas coisas em ordem? Levando tudo em consideração, prefiro ler. É a fuga perfeita.


Tenho todo um ritual para meus porres literários. Primeiro de tudo, abro uma garrafa de um bom vinho tinto. Depois desligo o celular, ligo a secretária eletrônica, reúno todos os livros que tenho a intenção de ler ou reler e ainda não o fi z. Finalmente, encho a banheiracom sais de banho de 30 dólares, dobro uma toalhinha, colocando-a na extremidade da banheira de modo que sirva de apoio para a nuca e ligo a minha música. Tenho um rádio Deco antigo de plástico azul-pálido perto da banheira que comprei em uma liquidaçãode garagem em Hollywood há alguns anos. A coisa mais esquisita: o rádio só consegue captar o sinal de uma única estação AM, que toca clássicos do jazz dos anos 1940 e 50, e é perfeito para mim.


O interior das paredes do meu banheiro é um campo reservado de sonhos e sobre o qual tenho controle total, sou a mestra de meu próprio universo elegantemente delineado. O mundo exterior desaparece aqui, há somente paz e um profundo senso de bem-estar.


A maioria das pessoas em minha vida tem uma visão distorcida disso... Como você pode chamar? Monomania? Excentricidade? Minha irmã, talvez, seja a pessoa mais diplomática de todas. Nós duas sabemos que possuo a tendência de perder minha conexão com a realidade quando me fecho dessa forma. Mas depois ela faz piadas dizendo que sou simplesmente outra bibliômana chata e que o que realmente preciso é de um pouco de ar fresco. Ela sempre foi uma maga com as palavras. Ela me contou que um livro que havia lido, de autoria de Nicholas Basbanes, adequadamente chamado Sobre osgentilmente loucos, afirma que o primeiro uso documentado da palavra bibliomania ocorreu em 1750 quando o quarto conde de Chesterfield enviou uma carta a seu fi lho ilegítimo advertindo-o que seu passatempo destrutivo com os livros deveria ser evitado tal qual "a peste bubônica". Ah, tá.


Eu tiro as roupas e as jogo no chão. Ao caminhar para a banheira, olho para o enorme espelho que vai do chão ao teto cobrindo uma parede inteira. Ai, meu Deus. Espere um minuto. Sabe quando você olha no espelho e está sempre com a mesma aparência até que, de repente, você parece dez anos mais velha? É comum que se perceba isso aos 35 anos. Minha cintura está mais grossa, meus seios estão mais caídos, o início de - mas que droga, isso aí na parte de trás das minhas coxas é celulite? Por que será que você pensa que essa coisa de idade não vai acontecer com você? Ai, veja a parte de trás dos meus cotovelos! Parecem cotovelos de uma senhora idosa, enrugados e com uma protuberância óssea.


Nunca fui capaz de imaginar minha aparência. Já me disseram que chamo atenção. Mas o que isso significa? É algo que as pessoas dizem quando não conseguem fazer os elogios normais, como "você é linda". Pode ser a minha altura, que as deixa desconcertadas. Tenho cerca de 1,80 metro, o que só recentemente virou moda. Também tenho pés enormes. Calço 41 em um dia bom.


Quando eu era jovem, odiava minha silhueta, alta, magra demais, parecendo um palito, que minha mãe descrevia como graciosa. Ela argumentava que minha beleza era especial e que seria apreciada quando eu fi casse mais velha. Apenas se dê algum tempo, ela dizia. Você vai ver. Você vai superar em esplendor todas aquelas outras meninas com corpos de ampulheta. Eu me sentia como Frankie em A convidada do casamento: "Uma aberração... pernas longas demais... ombros estreitos demais... não faço parte de clube algum e não sou membro de nada neste mundo".


Não era somente a minha aparência. Eu sempre me senti esquisita, a exceção em um mundo no qual, eu imaginava, todas as outras famílias eram normais e felizes. Virginia e eu suportamos os segredos e a vergonha de um pai ausente e uma mãe alcoólatra, e os poucos amigos que eu tinha, mantinha a distância, sempre aliviada quando eles nãovinham me visitar. A questão era que eu tinha vergonha do fato de que minha mãe não conseguia lutar, e em alguns aspectos, ela passou isso para mim.


Fechei os olhos e entrei na banheira. Propositadamente deixei a água escaldante e, quando mergulhei o pé, os dedos ficaram vermelhos e começaram a doer. Quente demais. Adicionei um pouco de água fria, deixando a água correr pelos meus dedos enquanto ouvia uma versão ruim de Coltrane detonando "Love Supreme". Paul Desmond disse uma vez que ouvir jazz de fi m de noite é como tomar Martini extra-seco. Acho que ele tem razão.


Tornei a enfiar o pé na água e então relaxei o corpo na banheira. Ainda muito quente. Girei a torneira com os dedos dos pés, adicionando mais água fria. Isso. Perfeito. Escolhi O trânsito de Vênus, um romance obscuro de Shirley Hazzard, cujo livro mais recente, O grande incêndio, tornou-se um dos favoritos dos clubes de livros. A premissa é fascinante. É sobre duas lindas irmãs órfãs cujas vidas estão predestinadas como a rotação dos planetas. Tentei me concentrar. A prosa é densa e complexa; eu vivia tendo que reler parágrafos inteiros. Comecei a devanear e me perdi. Isso não está funcionando. Basicamente, ainda estou deprimida.

"LER, VIVER E AMAR EM LOS ANGELES"

Autoras: Jennifer Kaufman e Karen Mack

Editora: Casa da Palavra

Tradução: Rogéria Pereira da Silva

Preço: R$ 39,00

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Cordas

O que mais nos prende e estrangula,
são as laçadas que damos em torno de nós mesmos.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Informação que dá voltas - Juan Manoel Pineda

Quem disse que os bibliotecários são pessoas obscuras, ignoradas, que passam a vida em uma biblioteca, sem pena e sem glória?

Vejam que interessante este texto escrito por um bibliotecário costarriquenho chamado Alvaro Perez: Hoje me encontrei com um colega na Biblioteca Carlos Monge Alfaro. Dizia-me ele que nós, bibliotecários, podemos ganhar dinheiro, pois lidamos com a informação. Por dinheiro referia-se a uma quantidade considerável, não uns centavinhos.

Disse-lhe que escreveria sobre a vida de bibliotecário famosos, esperando assim encontrar uma relação entre a informação que manejamos e o que poderíamos ganhar como bibliotecários.Desafortunadamente, após a investigação, não apareceram como bibliotecários pessoas como Bill Gates, Nelson Rockfeller, Howard Hughes Ford, etc. É certo que trabalhamos com informação, mas no mais das vezes não a vinculamos a conhecimento.

O conhecimento, como tal, inclui o obsoleto e também aquele que faz a diferença entre uma sociedade e outra, entre uma pessoa e outra.Na realidade este tema é bastante amplo e prefiro parar aqui. Tudo é informação, mas informação que se traduza em muito dinheiro, isso é outra coisa.O que têm em comum as seguintes pessoas famosas: Casanova, J. Edgar Hoover e Mao Tsé-Tung?Se a resposta for que eles trabalharam anonimamente em algum momento de suas carreiras, estará parcialmente correta. Em algum momento de suas vidas eles trabalharam em bibliotecas. São bibliotecários famosos, ainda que não como bibliotecários.

Os bibliotecários são especialistas em localizar, adquirir e armazenar e recuperar informação, mas não é isso o que fazem todos os dias? Muita gente famosa trabalhava em biblioteca ou estava relacionada com sua implantação e desenvolvimento.Casanova atuou por 13 anos como bibliotecário no castelo do Conde Waldstein, na Boêmia, provavelmente baseado no lema de que 'os bibliotecários são apaixonados por novelas'.Hoover trabalhou como catalogador da Biblioteca do Congresso por cinco anos antes de se transferir para seu emprego mais conhecido, de diretor do FBI.Mao passou um tempo na seção de periódicos da biblioteca da Universidade de Beijing antes de ser presidente do Partido Comunista Chinês.

Os livros têm sido vistos como fontes de idéias perigosas. As longas horas que Marx passou na biblioteca do Museu Britânico são um recorde (visto em número de horas). Esse é um exemplo da influência do bibliotecário e da biblioteca na área política. Engels, colaborador de Marx, também trabalhou em bibliotecas. Antonio Panizzi, político italiano exilado na Inglaterra, chegou a ser bibliotecário-chefe da biblioteca do museu Britânico. De volta à Itália, foi senador.As bibliotecárias servem de ilustração para dizer que atrás de um grande homem há uma grande mulher.Nadezhda Krupskaia fundou o sistema bibliotecário soviético. Além disso, escreveu e fez palestras sobre a importância das bibliotecas e da leitura na sociedade socialista. Foi uma figura importante na Revolução Russa, além de esposa de Lenin.Também famosa foi Golda Meir, bibliotecária em uma biblioteca pública em Milwualkee e em seguida primeira-ministro de Israel.

O novelista inglês John Briane também foi bibliotecário em uma biblioteca pública.Jorge Luis Borges, que bem merecera o Prêmio Nobel de Literatura, trabalhou como bibliotecário até ser despedido pela ditadura Perón. Mais tarde foi nomeado diretor da biblioteca nacional de seu país (Argentina).Outras figuras importantes a citar: o novelista sueco August Strindberg, o multitalentoso Goethe e os irmãos Grimm. O compositor francês Berlioz (30 anos no Conservatório da Biblioteca de Paris) é o melhor bibliotecário artista conhecido.E o que dizer da Igreja?São Benedito foi importante no desenvolvimento de bibliotecas monásticas, começando com a de Monte Cassino. Mas ele não estava só: ao menos seis papas trabalharam em bibliotecas: Marcelo II (1555), Nicolás V (1447-55), Paulo V (1605-21), Pio II (1458-64), Pio VII (1800-23) e Pio XI (1922-39).Os filósofos Hume e Kant eram bibliotecários. Alexander Solzhenitsyn foi bibliotecário na prisão, enquanto cumpria sua sentença por criticar Stalin.



Juan Manoel Pineda, bibliotecário de referencia do Instituto Universitário de Córdoba, ArgentinaTradução de Elieser Marques
(Fonte: http://www.library.usina.edu.au/papers/famouslb.htm)
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