quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Perfume de Livro Antigo



Adoro livros antigos, mas mesmo sendo bibliófila cheiro de livro antigo não me atrai tanto, e também sou muito alérgica. Mas.... para os que apreciam este aroma... agora ele pode ser encontrado em frascos:

http://www.cbihateperfume.com/in-the-library.html

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Aforismos


"Liberdade na vida é ter um amor para se prender"
__Carpinejar

Mulher Perdigueira

Li de um fôlego só. Se ficaram curiosos, não sou uma mulher perdigueira, apesar do autor sonhar com uma, o que acho que seria o pesadelo de qualquer homem e relação. O livro é forte, maduro, passional, pois aborda assuntos ligados a relacionamentos, filhos, família.


Crônica: Fabrício Carpinejar* escreve sobre "Mulher Perdigueira", seu novo livro


Brigamos quando não desejamos brigar. Existe paz e amor. Não existe paz no amor. John Lennon errou a equação.

Por isso, decidi que agora vou planejar uma briga com a namorada. Agendar uma briga. Arrumar uma data mensal para o inferno dos berros, choro e insultos. É o dia da ofensa no lugar das pequenas e irritantes DRs.

Em vez de avisar que pretendemos nos acalmar e ajudar, que somente pretendíamos conversar na boa, assumiremos que é uma guerra desde a primeira palavra. Dará no mesmo ao querer e não querer discutir.

Não será fácil, vamos rir dispersivos no início, haverá a inclinação para comentar algo do trabalho ou cafungar o pescoço, sentiremos fome, dependeremos de concentração e orelhas fervendo. Mas vale o sacrifício, trata-se de uma catarse necessária para empobrecer os recalques.

Prefiro uma mulher que me ofenda tudo num dia do que uma mulher que me ofenda um pouco por dia. É melhor. Mais sadio. Menos insano.

Desde que os casais aceitem uma regra básica: não vale colher insultos durante o entrevero para cobrar depois.

Pode falar as maiores perversidades e mentiras nos 90 minutos do confronto, incluindo intervalo e troca de lado na cama (gritaria que não dura um jogo de futebol indica o fim do amor). Pode juntar suspeitas avulsas, perguntas ancestrais e rumores antigos. É uma promoção: só nome feio e ofensa de baixo calão. Até xingar a mãe é permitido.

A única exigência é respeitar o território da hostilidade, fazer um círculo de giz no espaço e no tempo e permanecer naquela roda. Nada sai do contexto. Não vale embrulhar salgados e impropérios para a manhã seguinte. Deve-se comer somente na festa da raiva. No instante da cólera. Com sangue quente.

O grande problema dos atritos domésticos é que o insulto de uma briga passa a ser transportado para a seguinte e para a seguinte. No fim das contas, a batalha é uma só que nunca terminou. Uma gripe mal-curada que gera a vontade de cuspir na próxima gripe.

Caso reunirmos uma noite para limpar o pulmão, cansaríamos de tossir e bufar. E o suspiro reencontraria a brisa e pediria para andar de mãos dadas com o beijo.

Feito esse passo, agora é o momento de lavar a honra do ciúme.

Pior do que ciúme é a falta de ciúme. A indiferença é uma doença muito mais grave. Alguém que não está aí para o que faz ou não faz, para onde vai e quando volta. De solidão, chega a do ventre que durou nove meses.

Tão cansativa essa mania de ser impessoal no relacionamento, de ser controlado, de procurar terapia para conter a loucura. Loucura é não poder exercer a loucura.

Permita que sua companhia seja temperamental, intensa, passional. As consequências são generosas. Ela suplicará o esquecimento com mimos, sexo e delicadeza. O perdão é sempre mais veemente do que o rancor.

Repare que no início do namoro todos são descolados, independentes, autônomos. Aceitam ménage à trois, swing e Chatroulette. Não caia, é disfarce, medo puro de desagradar.

Se minha namorada arde de desconfiança, agradeço. Surgirá a certeza de que se importa comigo.

A vontade é abraçá-la com orgulho e reconhecimento, como um aniversário secreto. Às vezes ela cumpre seu ciúme, às vezes ela satisfaz um capricho e atende minha expectativa de ciúme. O importante é que não falha.

Com uma mulher ciumenta ao lado nunca estaremos isolados, nunca estaremos tristes, nunca estaremos feios. Deixo que ela mexa em meu Orkut, deixo que ela leia meus e-mails e chamadas no celular, deixo que ela cheire as minhas camisas, deixo que ela veja meus canhotos e confira os cartões de crédito (com sua revisão, nem dependo de contador, é improvável um engano nas faturas).

Facilitarei o acesso às máquinas, devidamente abertas e ligadas em cima da mesa, e tomarei banho para não incomodar. No jantar, esclarecerei qualquer dúvida.

Perigoso é não responder e deixar a namorada imaginar. Entre a realidade e sua fantasia, mil vezes contar o desnecessário. Estarei em lucro. Não faço nem metade do que ela pressentiu.

*
Escritor, jornalista e professor universitário, autor de dezesseis livros, pai de dois filhos, um ouvinte declarado da chuva, um leitor apaixonado do sol. Quando conseguir se definir, deixará de ser poeta. Autor de Canalha! e ganhador do prêmio Jabuti em 2009.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Alguns livros que li


As regras: não demore muito para pensar sobre isso. Quinze livros que você leu e que vão sempre estar com você. Liste os primeiros quinze que você lembra em não mais do que quinze minutos. Eles não têm que estar em ordem de importância. (brincadeira do Facebook)

Puxei muitos da memória, vamos ver como ficou:


1. Olhai os lírios do campo - Érico Veríssimo

2. O tempo e o vento - Érico Veríssimo

3. Sidarta - Hesse

4. Grande sertão veredas - Guimarães Rosa

5. A nova mulher - Marina Colasanti

6. Fragatas para terras distantes - Marina Colasanti

7. Claro Enigma - Carlos Drummond de Andrade

8. O Aleph - Jorge Luis Borges

9. Que presente te dar - Affonso Romano de Sant'Anna

10. Orgulho e Preconceito - Jane Austen

11. A Tempestade - Shakespeare

12. Fábulas Italianas - Ítalo Calvino

13. Ora Bolas - Mário Quintana

14. Médico de Homens e de Almas - Caldwell

15. História da leitura - Alberto Manguel

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Budapeste - Chico Buarque


Terminei de ler Budapeste, do grande compositor Chico Buarque. O livro é de 2003, virou até filme, e só agora o li, e sempre o quis fazê-lo. Assisti outro dia também, O Escritor Fantasma, de Polankski, bom o que este filme tem haver com o livro... Bom ambos tratam sobre "Ghost Whriter", que nada mais é do que um escritor fantasma, que é contratado para escrever livros para serem assinados por outras pessoas. O do filme é contratado e se vê em uma trama política, pois foi contratado para escrever a biografia de um político e acaba se envolvendo demais em querer ver as entrelinhas da verdadeira estória que está sendo registrada no seu livro. Já o do livro, tem sua vida toda desestruturada quando "foi dar em Budapeste" para participar de um encontro de escritores anônimos que se vangloriam de ler trechos de obras que escreveram para os outros. A vida do nosso Ghost whriter vira de cabeça para baixo com as suas idas e vinda de Budapeste, seu casamento dá um nó, o sócio da empresa o passa para trás dentre outros acontecimentos bizarros. Só digo uma coisa, prefiro Chico compositor..... Ah que saudade!

O que querem as mulheres?

Freud fez uma famosa indagação, que até hoje está lhe custando caro. Disse que depois de ter estudado tudo que podia sobre a mente humana, havia uma pergunta que não conseguia responder:-”Afinal, o que querem as mulheres?”.

Não só as feministas, mas até os homens sensatos acharam que o companheiro estava exagerando. E recentemente duas variantes de resposta a Freud surgiram. Uma foi o livro da americana Erica Jong “O que querem as mulheres”(Ed.Record) e agora mais recentemente esse filme com o Mel Gibson “O que as mulheres pensam”.

Mas existe uma outra resposta que me parece a melhor para a questão plantada por Freud.Trata-se de uma lenda que, a rigor, antecede ao lendário Freud, e fico pensando que se Freud a conhecesse talvez se poupasse de se expor daquela maneira.

Diz a estória, que o Artur - aquele da Távola Redonda- quando era jovem, certo dia cometeu uma infração: foi caçar na floresta de outro rei e acabou sendo preso e levado `a presença do outro monarca para ser punido

Deveria ser condenado `a morte. No entanto, o rei que o deteve resolveu dar-lhe uma chance. Pouparia sua vida se conseguisse, dentro de um ano responder `a pergunta pré/ pós freudiana:- “O que querem as mulheres?”.

Agradecido pela deferência, Artur saiu `a cata da resposta. Perguntava daqui, perguntava dali, mas nem os religiosos, nem os médicos, nem os inveterados conquistadores de corações femininos conseguiam lhe responder com clareza. Estava já o prazo se exaurindo, quando lhe informaram que havia uma bruxa que sabia a resposta. Foi procurá-la. Era uma bruxa como têm que ser as bruxas nas lendas: velha, desdentada, falando impropérios. Artur, no entanto, fez-lhe a pergunta. Ela lhe disse que lhe daria a resposta caso ela pudesse se casar com o cavaleiro Gawain, que era o mais belo e valoroso dos companheiros de Artur. Este, perplexo, foi ao amigo e lhe expôs a patética situação. Amigo que é amigo, sobretudo nas lendas, não vacila. Faria tudo para salvar o companheiro de peripécias, até mesmo casar com uma bruxa.

Acertada a condição, então, a bruxa respondeu `a pergunta fatal, dizendo:- _"_Sabe_ _o_ _que_ _rea_l_m_e_n_t_e_ _q_u_e_r_ _a_ _m_u_l_h_e_r_?_ _E_l_a_ _q_u_e_r_ _s_e_r_ _s_e_n_h_o_r_a_ _d_e_ _s_u_a_ _p_r_ó_p_r_i_a_ _v_i_d_a_!_"_. Artur e os demais, inclusive o rei que o havia condenado, ficaram todos atônitos, se dizendo, como é que nós não pensamos nisto antes, a resposta é simples e genial. E Artur foi então perdoado.

Mas a estória continua, o casamento tinha que se realizar, pois Gawain não era de deixar mesmo uma bruxa na mão. No dia das bodas, foi um vexame. A bruxa emporcalhava a mesa, ria com seus dentes faltosos, enfim, um espavento. Mas a festa foi continuando, foi- se aproximando a hora da chamada união carnal no branco leito nupcial. Mas aí, aconteceu algo surpreendente. Estava Gawain já preparado para o cadafalso erótico, quando surgiu-lhe uma deslumbrante e virginal donzela `a sua frente. E antes que sua perpelexidade continuasse, a donzela disse que ela era a bruxa, ou melhor, uma das faces da bruxa. Estava mostrando a sua outra face, porque ele a tinha aceito como era; que de dia era a bruxa façonhenta, de noite aquela ninfa loira. Mas antes que consumassem a chamada união carnal, Gawain poderia decidir com qual das duas queria viver o resto da vida. Ou a feia que comprometeria sua imagem pública ou a perfeita, que ele, só ele, conhecia `a noite.

Gawain então disse que deixava `a escolha dela, o que ela queria realmente ser e parecer. A noiva neste momento metamorfoseou-se para sempre na bela mulher do cavaleiro que o acompanharia noite e dia, pois ele havia respeitado nela o que ela realmente era.

Esta estória me foi dada como estando no livro “Feminilidade perdida e reconquistada” de Robert A. Johnson, livro que não encontrei. Perguntei a Antônio Furtado, que é o maior especialista brasileiro em Rei Artur, e ele disse que conhecia essa lenda.

Não tem importância. É a melhor resposta que encontrei `a inquietação de Freud. Mas agora gostaria de cutucar a onça com vara curta e indagar pelo outro lado da questão:-Afinal, o que querem os homens?



Sant'Anna, Affonso Romano de. O que querem as mulheres. Tempo de delicadeza. L&PM, 2007

domingo, 9 de janeiro de 2011

O Mago - Fernando Morais



Após uma entrevista do Fernando Morais me despertou a curiosidade em ler sobre Paulo Coelho.Ele já havia escrito umas 20 páginas, quando Paulo falou se ele conseguisse descobrir o nome de quem o torturou na ditadura ele entregaria a ele um baú, que poderia mudar o rumo de toda a história que ele já havia escrito.Se ele não conseguisse o baú seria queimado. Bom, Fernando descobriu e qual foi a sua surpresa em descobrir que Paulo escrevia diários desde dos 12 anos e estavam ali, mais de 70 volumes e tanbém registros em fita-cassete. O que Fernando fez? Deletou tudo que já havia escrito e começou tudo de novo... Agora com uma fonte rica e inesgotável, além de entrevistas com Paulo durante quatro anos e com outras centenas de pessoas.

Depois de ter o livro nas mãos, havia desistido de ler, mas chegou uma hora que não tinha nada para ler e encarei as 630 páginas quase de um fôlego só, pois quando comecei, não consegui parar, pela leitura envolvente e pela própria história do biografado. Loucuras mil, pactos diabólicos, tortura na ditadura, sucesso musical com Raul Seixas, promessas a Jesus Cristo, rituais, mil namoradas, dúvidas em relação a sexualidade, internações em manicômios pelos pais rigorossíssimos, estrelas peças teatrais e outras tantas aventuras.

A pergunta a ser respondida para mim era? Como ele chegou a vender tantos livros e virou este fenômeno mundial e em seu próprio país as pessoas torciam o nariz para ele. Eu mesma só o li na adolescência e somente O Alquimista, Brida e as Valkírias. Isto o livro não responde, mas revela que Paulo Coelho sempre quis ser um escritor famoso mundialmente desde dos dez anos de idade. E tentou de tudo para conseguir, virou até Mago.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A arte de Amar




A Arte de Amar, de Erich Fromm

O amor não é, primacialmente, uma relação para com uma pessoa específica; é uma atitude, uma orientação de caráter, que determina a re­lação de alguém para com o mundo como um todo, e não para com um “objeto” de amor. Se uma pessoa ama apenas a uma outra pessoa e é indiferente ao resto dos seus semelhantes, seu amor não é amor, mas um afeto simbiótico, ou um egoísmo ampliado. Contudo, a maioria crê que o amor é constituido pelo objeto e não pela faculdade. De fato, acredita-se mesmo que a prova da intensidade do amor está em não amar ninguém além da pessoa “amada”. Este o mes­mo equívoco de que acima já falamos. Por não se ver que o amor é uma atividade, uma força da alma, acredita-se-que tudo quanto é ne­cessário encontrar é o objeto certo – e tudo o mais irá depois por si. Tal atitude pode ser comparada à de alguém que queira pintar mas, em vez de aprender a arte proclama que lhe basta esperar pelo objeto certo, passando a pin­tá-lo belamente quando o encontrar. Se verda­deiramente amo alguém, então amo a todos, amo o mundo, amo a vida. Se posso dizer a outrem “Eu te amo”, devo ser capaz de dizer: “Amo em ti a todos, através de ti amo o mundo, amo-me a mim mesmo em ti”.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Henfil na China - antes da Coca-cola



Na minha lista de livros esqueci de citar este, que me deixou perplexa, em relação a China. Para completar este relato deixo abaixo uma resenha do livro: Henfil na China, antes da Coca-cola, livro publicado em 1978.

Imagine um lugar onde as pessoas não têm roupa de sair. "Em casa ou na rua usam calças largas, camisas chinelos e bermudas. Com a mesma roupa vão para o trabalho ou para o cinema". Um país onde impera a ditadura do proletariado e não da moda. "E onde a linha é Mao e não Dior". Nas ruas um operário vestido de operário é mais respeitado que um soldado vestido de soldado.
Não existe imposto de renda, carteira de identidade, impressões digitais e nenhum documento burocrático. Não tem polícia, serviço secreto, rádio patrulha e nem ivestigadores. Todos os gastos dos estudantes são pagos pelo Estado, e os jovens têm um único objetivo: se formar intelectualmente para servir ao povo.
Nas casas, em vez de passarem horas em frente da TV, as famílias estudam obras de Marx, Lênin e Engels. E sabe quanto é a divída externa desse lugar? Nada. Não devem um centavo aos delinquentes do capital financeiro, país, banco ou o que for. Qualquer coisa que é produzida é para ser distribuída entre a população de 900 milhões de pessoas. Assim, ou 900 milhões têm ou ninguém tem.
Dentro das fábricas os operários não trabalham só mecanicamente. Eles cursam universidade, têm ainda uma biblioteca, assistência médica, dentistas, oftalmologistas e algumas possuem até centro cirúrgico. "Não se nota um traço mais significativo de qualquer cultura estrangeira. E o que tiver, foi tão mastigado que perdeu a sua origem alienígena". Não se vê nenhuma casa, nenhum edifício melhor que o outro. Logo, todos moram igual. Nada de bairros chiques ou um prédio fumê. Tudo naquela simplicidade.
Difícil de imaginar um lugar assim não é mesmo? Pois fiquem sabendo que ele já existiu. E quem constatou isso foi o cartunista, jornalista, escritor e humorista Henfil, que teve a oportunidade de visitar a China de Mao antes da invasão da Coca-Cola e do MacDonalds.
Depois dos anos mais negros do regime militar, em julho de 1977, o Brasil já estava caminhando lentamente para a abertura democrática e foi quando Henfil decidiu fazer essa viagem à China. Pensava ele que estava embarcando em uma épica aventura clandestina, cruzando fronteiras na calada da noite, se esfolando em arames farpados, de peruca, documentos frios, despistando a Interpol, a CIA e o FBI. Pois o cartunista teve a maior decepção quando soube que a China Comunista tinha embaixada no Brasil e em Brasília se tirava visto de entrada.
Com seu humor ferino que não deixa escapar nada, Henfil descreveu essas e outras experiências (como as já citadas no início da resenha) no livro "Henfil na China", lançado em 1978. O escritor relata que seu intuito principal, era encontrar um lugar que ainda não tivesse sido multicionalizado. "Por causa das multinacionais, todas as cidades do mundo têm a mesma cara. Toda gente vestida de blue-jeans, andando de Volks ou Ford. Fumando Marlboro. Morando em edifícios padrão New York. Tomando sua pepsi e comendo seu hot-dog em drugstores". Ele esperava encontrar na China um povo com personalidade própria.
E foi exatamente isso que Henfil encontrou, cerca de vinte e oito anos depois da revolução comunista liderada por Mao Tsé-Tung em 1949. Por acaso alguém já viu uma dona-de-casa brasileira discutindo os problemas do capitalismo, sua tese, sua prática? Pois na China de Mao, "todo mundo lê, relê, estuda e discute até cair duro o marxismo. Das crianças aos velhos, do camponês ao funcionário do Estado, operários, lixeiros, donas-de-casa, todos, todos lêem Marx".
Outro fato curioso descrito por Henfil, foi um abrigo atômico abaixo de Pequim. "São três andares de abrigo atômico subterrâneo por toda a China, debaixo de cada cidade. O primeiro andar está a dois metros do solo, o segundo a oito e o terceiro a vinte metros". Esse abrigo tem por finalidade resistir a guerras e à ataques atômicos. Segundo o jornalista, a maior prova por que passou o abrigo foi em julho de 1976 em um terremoto. No solo caíram milhares de casas, mas nos abrigos nem uma rachadura se viu.
Infelizmente essa sociedade extremamante cooperativa onde todos os 900 milhões de chineses tinham quarto, cama, comida, escola, medicina, trabalho, creche, luz, água, esgoto, hoje já não existe mais. Há pouco mais de quinze anos, a China escancarou de vez suas portas para a disputa canibal do sistema capitalista. O resultado disso, foi o aumento do número de pessoas que vivem abaixo da linha de miséria.
Atualmente, cerca de 29 milhões de pessoas sobrevivem com menos de US$ 77 dólares por ano na China. E, em um lugar onde quase não existiam mendigos, hoje em dia, se tornou quase impossível de não serem percebidos. Em qualquer cidade chinesa, grande ou pequena, eles estão jogados aos montes pelas ruas do país.
Henrique de Souza Filho, ou Henfil como era conhecido, nasceu a 05 de fevereiro de 1944, em Ribeirão das Neves - Minas Gerais, e cresceu na periferia de Belo Horizonte. Ele morreu no Rio de Janeiro, em 04 de janeiro de 1988, com 43 anos.
Era hemofílico e contraiu Aids através de uma transfusão de sangue, mas sempre teve uma saúde bastante delicada, assim, como seus dois irmãos (Herbert e Francisco Mário ) também hemofílicos. Além deles, Henfil tinha mais cinco irmãs.
Foi embalador de queijos, "boy" de agência de publicidade e jornalista, até especializar-se, no início da década de 60, em ilustração e produção de histórias em quadrinhos, tornando-se conhecido nacionalmente, a partir de 1969, quando passou a colaborar no "Pasquim", lançando em 1970 a revistinha "Os Fradinhos", ou apenas "Fradins". Suas tiras foram posteriormente divulgadas em vários países, do mundo sob o título "The Mad Monks", mas a experiência durou pouco, pois seus personagens foram considerados muito radicais.


Danilo Nuha
Fonte: http://66.228.120.252/resenhasdelivros/211561

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Viagem pelos livros







Desde do final do ano retomei à literatura com uma voracidade que há tempos não tinha.

Li um livro que há anos sempre gostaria de ter lido que era "Médico de Homens e de Almas", de Taylor Caldwell, que apresenta a história de São Lucas, o único apóstolo que não conheceu Jesus Cristo e registrou tão bem a sua história.


Outro foi também uma bigrafia, a de Tim Maia escrita por Nelson Mota, impagável!!!! Muitas estórias e anedotas do rei do soul e ficar sabendo que foi ele que ensinou Roberto Carlos e Erasmo Carlos a tocarem violão. Tiveram até uma banda juntos na adolescência!


Na sequência um romance caiu nas minhas mãos: "Arroz de Palma", de Francisco Azevedo, que apresenta a imigração de uma família portuguesa para o interior de São Paulo e o bendito arroz, capaz de fazer milagres. A história é narrada pelo descendente desta família, já em idade avançada, que o convívio na família, as aventuras.

E o mais recente, o primeiro livro lido em 2011 "Castelo de Vidro", de Jeannete Walls, um livro de memórias, diferente de tudo que já havia lido. É uma história verídica, muito comovente sobre como a escritora sobreviveu a seus pais excêntricos e completamente fora da realidade.Ela relata detalhadamente como foi a sua infância e adolescência junto com seus irmãos em meio ao caos, miséria a que todos eram submetidos dentro do ambiente familiar. Tem passagens inacreditáveis... O que mais me chamou atenção no livro foi a coragem e a auto-suficiência que os personagens desenvolveram por causa de tudo que passaram.
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