Obras não foram roubadas. Terão sido apenas mal arrumadas
A British Library (Biblioteca Britânica), em Londres, admitiu que não sabe o paradeiro de mais de 9 mil livros, entre os quais tratados renascentistas de teologia e alquimia, um texto de astrologia e algumas primeiras edições. A biblioteca não crê, no entanto, que todas estas valiosas obras tenham sido roubadas. Estarão, antes, extraviadas entre os 650 quilómetros de estantes. Algumas das obras não são vistas há mais de 50 anos.
Apesar de a biblioteca não ter divulgado o valor global das obras desaparecidas, sabe-se que entre estes livros estarão alguns volumes valiosos. Entre os títulos desaparecidos está um exemplar da primeira edição de O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, publicado em 1891 e avaliado em 1300 libras (1411 euros). Este livro está desaparecido desde 1961.
Extraviados também estão, por exemplo, uma primeira edição de Canzoni, de Ezra Pound, de 1911; uma edição ilustrada de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, de 1876; uma Carta Astrológica do filósofo judeu Maimónides, de 1555; e até um exemplar de Da Usura Legal e Ilegal dos Cristãos, do teólogo alemão Wolfgang Musculus, de 1556 (que está avaliado em 21 700 euros).
Os responsáveis foram dando pela falta das obras à medida que estas eram requisitadas mas não se encontravam no seu lugar. A biblioteca atende cerca de 3,5 milhões de requisições todos os dias e é difícil voltar a colocar tudo no lugar. Outros desaparecimentos foram detectados nas várias audições à enorme colecção.
Há muitas razões que explicam o facto de os livros não estarem arrumados nos seus lugares, disse ao The Guardian Jennifer Perkins: podem ter sido mal arrumados, a etiqueta do livro pode ter-se deteriorado ou caído e o livro foi recatalogado e arrumado noutro lugar, e o catálogo pode não ter sido actualizado com estas alterações. Por exemplo, muitos dos livros desapareceram em 1998, quando a colecção foi transladada do Museu Britânico para um edifício moderno perto da estação de St. Pancreas.
Keith Rathmill, do departamento de segurança, mostrou-se surpreendido por o número de obras desaparecidas não ser ainda mais elevado. "É uma colecção muito grande e o edifício não é seguro.
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